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Economia
Domingo - 04 de Dezembro de 2011 às 08:47

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A Ferrovia Transnordestina deverá ser concluída com quatro anos de atraso. Além do volume de investimentos, o cronograma também foi alterado. O projeto deveria estar pronto em dezembro do ano passado. Mas o empreendimento está longe do fim.

 

Apenas 10% (162 km) da ferrovia estará pronta até o fim do mês, apesar de o ex-presidente Lula já ter inaugurado um trecho no ano passado. De acordo com o novo cronograma, o trecho entre o Porto de Suape (PE) e Eliseu Martins (PI) será entregue no fim de 2013. Já o ramal que vai até o Porto de Pecém, no Ceará, ficará para 2014.

A lentidão das obras já fez a presidente Dilma Rousseff perder a paciência com o empresário Benjamin Steinbruch, da CSN. No final de 2007, Dilma, então ministra da Casa Civil, ameaçou retomar a concessão da ferrovia caso a empresa não acelerasse as obras. Apesar da pressão, o empreendimento só ganhou impulso em 2010, quando o cronograma foi revisado para 2012 - prazo novamente descumprido.

O argumento da CSN para a demora no início das obras foi a dificuldade na liberação dos financiamentos e na desapropriação das áreas - de responsabilidade do governo.

Segundo a CSN, várias regiões ainda não foram expropriadas. O Estado do Ceará é o mais atrasado: 42,4% da área está em processo de negociação. No Piauí, faltam 24,7%. Em Pernambuco, a situação está praticamente resolvida. Só 2,7% dos terrenos não foram desapropriados.

Até o final da obra outra questão que deve vir à tona é a revisão do contrato de concessão, de 30 anos, diz o presidente do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), Paulo Fleury. Desde a assinatura do documento, já se passaram 13 anos e a ferrovia ainda não entrou em operação.

Segundo Fleury, a CSN poderia se basear na demora dos Estados para fazer a desapropriação das áreas e reivindicar a ampliação de prazos. Foi o que ocorreu com as rodovias federais, concedidas em 2007, que tiveram problema com desapropriação e licença ambiental.

Há quem diga que o assunto já começou a ser discutido. O Ministério dos Transportes nega, mas diz que o contrato permite a prorrogação por mais 30 anos.

A Transnordestina é uma das maiores obras em andamento no País, ao lado da Hidrelétrica de Belo Monte, das usinas do Rio Madeira e as refinarias da Petrobrás. O projeto exigirá três milhões de dormentes (barras de concreto que sustentam os trilhos) e 170 mil toneladas de trilho. Além disso, serão escavados 90 milhões de m³ de terra.

Quando concluída, vai beneficiar produtores do Piauí, Sul do Maranhão e Tocantins. Hoje, a carga dessa região tem dificuldades para chegar, de caminhão, aos portos ou centros de consumo. Em alguns casos, percorre mais de 1.000 km para usar os portos do Sul e Sudeste do País.






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