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Nacional
Domingo - 07 de Agosto de 2011 às 17:25

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A chamada na página de internet é autoexplicativa: "Fiador 100% idôneo. Você está com problemas para alugar? Temos a solução".

A reportagem da Folha entrou em contato por telefone, sem se identificar, e obteve o endereço da solução prometida: uma sala comercial na rua São Bento (centro).

A região concentra prestadores da fiança profissional -alguém que supostamente vende sua garantia pessoal em contratos de aluguel.

Supostamente, porque apesar de a prática não ser ilegal, na maioria das vezes os documentos oferecidos são de outra pessoa, pois a atividade só se torna lucrativa quando não há o risco de perder o próprio imóvel.

Vanessa, que atendeu à reportagem, diz que abriu a sala na Sé há um mês --antes atendia em casa-- e explica como enganar imobiliárias.

"Você tem que dizer que o fiador é seu primo ou amigo. Anotamos suas informações e combinamos com ele para a hora em que a imobiliária ligar", explica. Corretoras maiores não entram na negociação. "Nessas não passa."

TUDO QUENTE

Por R$ 100, Vanessa entrega, em um envelope, o "kit básico" com tudo o que o locador pode exigir do fiador: comprovante de renda, escritura de imóvel na cidade, cópias de identidade e CPF autenticadas, conta de telefone e cadastro de IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano).

"Pode conferir. E, se precisar dos originais, mandaremos. É tudo quente."

A segunda parte do pagamento vem com o fechamento do contrato, 50% do valor do aluguel anual.

Em seguida, ela explica que nosso fiador é mulher, autônoma, artesã vidreira e tem renda de R$ 5.800, segundo declaração assinada por um contador. "Mas, se não der certo, conheço uma imobiliária em que eu falo com o corretor e ele deixará."

O Cartório de Registro Civil do 9° Distrito informou que toda a documentação do imóvel da fiadora é autêntica.






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