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Economia
Quarta - 20 de Julho de 2011 às 08:32

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A taxa de desemprego medida pelo Instituto Brasileiro de Geogra­fia e Estatística (IBGE) recuou para 6,2% em junho, o menor patamar para o mês desde o início da atual série histórica, em 2002. Em maio, o índice havia ficado em 6,4%. O rendimento médio dos trabalhadores, por sua vez, subiu 0,5%, chegando a R$ 1.578,50 no mês passado.

Na região metropolitana de Curitiba, a pesquisa do Instituto Paranaense de Desen­volvimento Econômico e Social (Ipardes), que segue a metodologia do IBGE, também apontou para a menor taxa de desocupação da história para o mês de junho (4,1%) e para um rendimento médio que fica apenas um pouco abaixo do apurado na Grande São Paulo.

Geração de vagas formais já está menor

Depois de abrir cerca de 252 mil vagas formais em maio, o Brasil gerou 215 mil empregos com carteira assinada em junho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Além de ser menor que o do mês anterior, o resultado também ficou abaixo do registrado no mesmo período de 2010 – quando haviam sido geradas 257 mil novas vagas – e do recorde para o mês, alcançado em 2008 (345 mil vagas).

Apesar dos bons resultados, há sinais de que o desempenho do mercado de trabalho pode não ser tão forte nos próximos meses. É o que indicam, por exemplo, os dados do mercado formal de trabalho, divulgados ontem (veja texto nesta página).

Segundo especialistas, a política de controle da inflação, que mistura juros altos e restrições ao crédito, deve influenciar diretamente a geração de novos postos de trabalho no curto prazo. As 73 mil vagas perdidas no comércio e as 46 mil subtraídas do grupo outros serviços (alimentação, hospedagem e turismo, entre outros) nas seis regiões metropolitanas que compõem a pesquisa do IBGE (Recife, Salvador, Porto Alegre, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte) seriam os primeiros indícios desse movimento. No médio e no longo prazo, o que deve frear o crescimento do país – e, portanto, a geração de empregos – é a falta de uma política de investimentos e de desoneração que freia o crescimento do país.

Sem qualidade

“Se vermos os números apenas com olhos quantitativos está tudo ótimo. Mas, se observarmos que a maior geração de trabalho ainda está em funções que não exigem qualificação e que pagam pouco, aumentando a rotatividade, ve­­mos que o Brasil ainda está longe de uma economia sustentável”, avalia Ruy Quintans, professor do Ibmec-RJ.

Segundo o economista Gilmar Mendes Lourenço, diretor-presidente do Ipardes, o cenário atual do mercado de trabalho é de desaceleração, mas não de recuo. “Os empresários sabem que a política de juros e contenção da inflação tem um prazo. Sabem que não têm por que demitir agora se, no fim do ano ou início de 2012, precisaram novamente de mão de obra”, explica.

Longo prazo

Os dois analistas lembram que sem as reformas tributária, fiscal e trabalhista, que há tempos são pedidas pelo setor industrial, a economia simplesmente não vai crescer mais que 4% ao ano. A taxa de investimentos do país está em cerca de 18% do Produto Interno Bruto (PIB), abaixo dos 25% tidos como necessários para sustentar uma expansão do PIB de 5% ao ano. Ao mesmo tempo, a carga tributária do país passa de 35% do PIB, contra uma média de 25% dos países emergentes. “Só mudanças profundas, como a redução dos impostos e da taxa de juros, é que farão o país crescer a patamares maiores”, frisa Lourenço.

 

 

 






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