hugo mãe é aplaudido de pé ao ler carta sobre relação com o Brasil
O português valter hugo mãe e a argentina Pola Oloixarac falaram, na Festa Literária Internacional de Paraty, sobre o peso de escrever em países com grande tradição literária.
hugo mãe comoveu a plateia da Flip em Paraty ao ler um texto, segundo ele escrito hoje pela manhã, sobre sua relação de encanto e admiração pelo Brasil.
O escritor contou como o contato com vizinhos brasileiros na infância em Portugal estimulou essa relação em seu imaginário. "Foram os primeiros brasileiros que vi fora da TV."
O garoto teve privilégios (como brincar de médico com uma menina) apenas por conhecer os brasileiros, muito queridos na vizinhança.
Depois, mãe relatou a descoberta da música brasileira. "Eu achava que Renato Russo ia salvar a minha vida com aquela canção do "Tempo Perdido"."
Terminou agradecendo ao Brasil por poder estar na Flip. Foi aplaudido de pé, e uma fila formou-se ao fim do debate para cumprimentá-lo.
Pola também falou de como se relaciona com o país. "Os argentinos idealizamos muito o Brasil, é como um lugar de fantasia e que de alguma maneira condensa uma ideia de felicidade."
A escritora disse que a literatura é um tipo de terrorismo. "Em termos de certo poder de imaginação, é uma espécie de terrorismo especial."
A conversa, mediada por Angél Gurría-Qunitana, ocorreu hoje, às 12h, na Tenda dos Autores. Foi pedido a hugo mãe (cujo nome se escreve em minúsculas), autor de "máquina de fazer espanhóis", e a Pola, que publicou "As Teorias Selvagens", que falassem sobre ícones da literatura de seus países.
O português diz ter sentido, por muito tempo, assim como "vários escritores lusos", o peso de ser "um heterônimo de Fernando Pessoa". "Precisamos criar nosso espaço para que façamos o nosso percurso", disse.
Pola disse que "a tradição literária argentina é de uma literatura de ideias, e, por isso, aberta à experimentação". Completou: "Jorge Luis Borges e Julio Cortázar são vozes amigas, não me oprimem".
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