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Segunda - 27 de Junho de 2011 às 08:36

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Alain Jocard/France Presse
Mike Rockenfeller em Audi R8, nas 24 horas de Le Mans
Mike Rockenfeller em Audi R8, nas 24 horas de Le Mans

Que tal rodar 4.845 quilômetros com seu carro em um único dia? Foi essa a distância que percorreu o Audi R18, vencedor da última edição das 24 Horas de Le Mans.

É como ir de Manaus (AM) a Porto Alegre (RS) a proibitivos 220 km/h, parando apenas para reabastecer. Para tanto, é preciso muita tecnologia -que depois estará presente nos carros "normais".

"Corridas de longa duração são um laboratório único para bolar novas soluções", afirma o engenheiro Wolfgang Ullrich, que há oito anos comanda a equipe de competição da Audi.

Um exemplo das inovações que migraram das pistas para as ruas é o sistema de dupla embreagem, já presente em modelos mais luxuosos ou esportivos. Na corrida, ajuda a ganhar tempo nas trocas de marchas. Nas ruas, traz mais conforto e melhor aproveitamento da potência.

Novas ideias também estão surgindo debaixo do capô. O motor do R18 2011 é um poderoso V6 turbodiesel, 25% mais leve do que o do antecessor (também vitorioso em Le Mans), igualmente potente e muito resistente.

O objetivo: reduzir o consumo e, consequentemente, perder menos tempo com reabastecimentos.

Bom para o ambiente: se o gasto de combustível diminui, as emissões seguem o mesmo caminho.

MAIS ECONOMIA

A aposta para a próxima década é o desenvolvimento de protótipos ainda mais econômicos e potentes. Para cumprir esse objetivo, a tecnologia híbrida percorre o caminho inverso e migra para as competições.

"Pode-se reduzir de 10% a 15% do consumo com modelos híbridos que rodem com diesel, baterias recarregáveis e sistemas de recuperação de energia", comenta Ullrich.

Ao investir alto no desenvolvimento de alternativas para as pistas, os fabricantes já pensam em seus futuros
veículos de passeio.

"Hoje, há cerca de 500 profissionais trabalhando no desenvolvimento dos carros de corrida híbridos, rápidos e econômicos. Podemos dizer que a novidade logo vai equipar nossos modelos de série", diz o engenheiro Michael Dick, diretor do departamento técnico da Audi.

Até os faróis do R18 apontam para o futuro. Com o uso de LEDs, iluminam mais e consomem menos energia do que lâmpadas de gerações anteriores. Perto deles, até o xenônio envelheceu.

SEGURANÇA

A tecnologia aplicada nas células de sobrevivência dos bólidos de Le Mans poderá chegar às próximas gerações de carros esportivos. Posteriormente, equiparão veículos convencionais.

Basta ver o acidente do escocês Allan McNish logo na primeira hora da prova em Le Mans para entender a importância da proteção de cabine. O carro se chocou violentamente contra o muro do circuito; ficou aos pedaços. Apesar da gravidade da colisão, o piloto saiu andando.

"Acidentes como esse são analisados à exaustão e servem para deixar os automóveis menos vulneráveis", menciona Martin Muhlmeier, chefe de tecnologia da Audi.

Após essa análise, vêm as melhorias nos projetos. Depois, equipes de engenharia estudam como aplicar as novas soluções de segurança nos carros que estarão nas garagens de todo o planeta. Quanto mais veloz for o desenvolvimento, melhor.






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