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Economia
Terça - 14 de Junho de 2011 às 15:13

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O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Wagner Rossi, já tem em mãos o texto básico da proposta sobre a criação de mecanismos de estabilização dos preços agrícolas. O assunto será discutido em Paris, França, na reunião do G20, no próximo dia 22. Wagner Rossi disse que está estudando o documento e reiterou a posição brasileira contrária a qualquer tipo de controle de preços.

“Só há uma maneira de estabilizar os preços agrícolas: é aumentar a produção. E o Brasil é um dos poucos países que pode conseguir esse resultado com aumento da produtividade, sem agredir o meio-ambiente”, afirmou. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgaram estudo que prevê um cenário de alta nos preços das commodities na próxima década.

Wagner Rossi ressaltou que o Brasil aceita discutir formas de regular os produtos financeiros lastreados no comportamento futuro dos preços agrícolas. “Alguma forma de regulação desse mercado pode ser estudada”, destacou. “É claro que quem compra, hoje, um papel atrelado à variação dos preços das commodities agrícolas está apostando na alta”.

Ele reconheceu que esses produtos financeiros podem contribuir para a instabilidade das cotações das commodities agrícolas. Segundo o ministro, o Brasil é a favor de outro ponto da proposta francesa: a criação de um estoque mínimo para garantir a segurança alimentar dos países mais pobres. “Existem hoje 1 bilhão de pessoas que não se alimentam adequadamente no mundo”, justificou.

Quanto à proposta dos franceses de exigir mais transparência na disponibilização de informações agropecuárias, o ministro lembrou que o governo brasileiro é transparente. Por intermédio do portal do Ministério da Agricultura na internet, todos os dados relevantes sobre a produção agrícola do país estão disponíveis ao público.

O ministro disse que não vai levar ao G-20 a questão dos subsídios agrícolas concedidos pela União Européia à sua produção agropecuária. Mas, lembrou que esses subsídios também criam dificuldades para a estabilidade dos preços agrícolas.

De acordo com Rossi, a posição brasileira não é a de competir com os produtores europeus, mas conseguir condições mais favoráveis para suprir a demanda por importação da União Européia. “Nós somos a favor do livre comércio por uma razão muito simples: o Brasil é mais competitivo em nove de dez produtos agropecuários em qualquer mercado”, disse. (Da Redação)
 






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