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Polícia Brasil
Quinta - 19 de Setembro de 2013 às 13:25
Por: Lorena Aquino

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O estudante de história da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Bruno Torres, um dos dezesseis jovens detidos após o protesto na quarta-feira (18), foi levado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, na manhã desta quinta-feira (19). Ele e as outras pessoas são suspeitas de depredação de patrimônio público e desobediência. Oito pessoas pagaram fiança e sete adolescentes foram liberados com um Boletim de Ocorrência Circunstanciado.


 
O delegado responsável, Antônio de Campos, explicou que, além dos crimes citados, Bruno ainda deve responder por corrupção de menores, por isso ele não foi liberado como os outros detidos. Campos ainda disse que qualquer delito com pena de até quatro anos de detenção é afiançável pela polícia civil. Acima disso, só a Justiça pode determinar a quantia.


 
“Ele foi acusado de dano contra o patrimônio, desobediência e, pela narrativa dos policiais, ele estava induzindo os menores a ter aquelas práticas. Quando alguém tem uma conduta assim, no meu entendimento, cabe o crime de corrupção de menores. O somatório das penas passa de quatro anos”, afirmou o delegado. O estudante pegou seis meses por desobediência, três anos por danos ao patrimônio e quatro anos por corrupção de menores, somando uma pena de 7 anos e e 6 meses.


 
Para o advogado voluntário Marcos Bezerra de Lima Júnior, as imagens gravadas durante o protesto mostram exatamente o contrário - que Bruno não estava envolvido com a depredação. “O vídeo mostra o momento claro em que o Bruno se encontra atrás, com a bandeira. No momento da depredação, onde você ouve o primeiro vidro sendo atingido, ele está atrás. Na segunda pedrada, ele passa correndo. Ou seja, no momento do dano, ele não está. Qualquer pessoa que tiver o mínimo de discernimento verifica que ele não danificou o patrimônio”, disse, enquanto aguardava o jovem ser transferido da Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA) para o Cotel.


 
“Além disso, o Bruno também foi acusado de aliciar menores. Não tem nada disso. O delegado se ateve ao depoimento policial, que tem fé pública. A polícia militar fez um trabalho excepcional, mas pecou no final por excesso", completou Lima Júnior. De acordo com a polícia, os sete adolescentes detidos responderam um Boletim de Ocorrência Circunstanciado (BOC) por desobediência e dano ao patrimônio público e foram entregues às famílias já na manhã desta quinta.


 
A oito adultos, foi estipulada uma multa de um salário mínimo. Um deles era surdo-mudo e precisou pagar apenas um terço da fiança. Todos são suspeitos de jogar pedras no posto de recarga do Vale Eletrônico Metropolitano (VEM), no bairro da Boa Vista, Centro do Recife.


 
Antes de se dirigirem à DPCA, ainda na quarta-feira, durante o protesto, o grupo foi levado para um posto de combustível para ser revistado. De acordo com o capitão Jota Júnior, do 13º Batalhão de Polícia Militar, foram encontrados materiais cortantes, pedaços de madeira e escudos, que podem ter sido usados na depredação.


 
O advogado voluntário Marcos Bezerra de Lima Júnior informou que os próximos passos serão dados com o objetivo de libertar Bruno. “Já temos advogados preparando a petição para providenciar a soltura dele o mais rápido possível. Uma pessoa que tem seu direito restrito de forma arbitrária dói muito em quem é advogado militante’, concluiu.




Fonte: Do G1 PE

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