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Internacional
Sábado - 05 de Março de 2011 às 17:40

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O número de vítimas fatais na cidade de Zawiya, a cerca de 92 km da capital líbia, supera os 200 e os feridos são centenas, segundo fontes de hospitais da cidade sitiada citadas pela emissora Al Jazeera.

A coluna de 35 veículos de combate que saiu neste sábado de Trípoli aplicou sobre os habitantes na cidade todo seu poder ofensivo e o número de mortos disparou, segundo um dos médicos contatado por telefone pelo canal.

Um dos oficiais das brigadas de Kadafi declarou à rede de televisão que os sitiados "não têm saída", o que aumenta o temor pela vida dos milicianos que estão na praça dos Mártires. Os relatos dos moradores contatados por telefone e pelos próprios médicos mostram que desde a manhã deste sábado, quando começou a ofensiva, houve execuções dos feridos nas ruas.

Com os ataques de artilharia e morteiros, os sitiados sofrem inúmeras baixas e as gravações obtidas por habitantes e mostradas nas redes televisões árabes ilustram um cenário dantesco. No entanto, o jornalista Lotfi Mohammed, disse à Al Jazeera que cerca de 25 tanques entraram na cidade, mas não puderam prosseguir, pois foram rechaçados pelos milicianos e tiveram que se retirar deixando para trás quatro blindados.


Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi
Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido. Muitas dezenas de milhares já deixaram o país.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte. Desde então, as aparições televisivas do líder líbio têm sido frequentes, variando de mensagens em que fala do amor da população até discursos em que promete vazar os olhos da oposição.

Não apenas o clamor das ruas, mas também a pressão política cresce contra o coronel. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade. Mais recentemente, o Tribunal Penal Internacional iniciou investigações sobre as ações de Kadafi, contra quem também a Interpol emitiu um alerta internacional.





Fonte: EFE

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