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Internacional
Sexta - 04 de Março de 2011 às 21:37

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Uma forte explosão atingiu nesta sexta-feira um depósito de armas militares perto de Benghazi, a principal cidade comandada por rebeldes que lutam contra o ditador Muammar Gaddafi, afirmou um porta-voz insurgente.

As causas do incidente não foram divulgadas de imediato, nem foi confirmado se há vítimas, segundo o membro da Coalizão Revolucionária Isam Geriani.

Uma equipe foi enviada para investigar de onde teria partido a explosão que, de acordo com Geriani, "foi sentida como um terremoto". Segundo o líder rebelde, o regime de Gaddafi já bombardeou vários depósitos de armas em todo o país.

Fontes do hospital local Al Jalaa disseram que ao menos nove pessoas morreram e outras fez ficaram feridas na explosão. Segundo o médico Habib al Obeidi, a explosão também atingiu casas da região, e o número de vítimas deve aumentar.

De acordo com o médico, aparentemente o local explodiu no momento em que um grupo de pessoas tentava recolher armas. Segundo testemunhas, várias explosões secundárias se seguiram e há focos de incêndio na região.

Protestos e confrontos eclodem em várias localidades do país -- principalmente em Al Zauiya, controlada pelos rebeldes e situada 92 quilômetros ao sudeste de Trípoli-- e em Ras Lanuf, 662 quilômetros ao leste de Trípoli.

CONFRONTOS EM ZAWIYAH

Mais cedo, ao menos 18 pessoas morreram em violentos confrontos na cidade de Zawiyah, próxima à capital Trípoli, que há dias está sob controle dos rebeldes.

O governo líbio espera retomar o poder no local ainda nesta sexta-feira.

De acordo com a agência de notícias Associated Press, testemunhas relataram que ao menos 18 pessoas morreram. No entanto, segundo fontes ouvidas pela Reuters, 30 pessoas foram mortas.

"Estive no hospital há menos de 15 minutos. Dezenas morreram e outros ficaram feridos. Contamos 30 civis mortos. O hospital estava lotado. Eles não conseguiam achar um espaço para as vítimas", disse Mohamed, que mora em Zawiyah, à Reuters por telefone.

Entre os mortos está o líder dos rebeldes em Zawiyah, informou um porta-voz do grupo.

Mais cedo, forças leais a Gaddafi atiraram bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes antigoverno que se reuniram em Trípoli, aparentemente sufocando tentativas de reviver demonstrações pedindo a renúncia do mandatário na capital. Ao mesmo tempo, rebeldes prometendo "vitória ou morte" entraram em confronto com partidários do líder nas proximidades de uma importante instalação de petróleo no leste do país.

Após as orações do meio-dia, mais de 1.500 pessoas saíram da mesquita de Murad Agha, no distrito de Tajoura, leste de Trípoli, gritando "O povo quer derrubar o regime" e agitando a bandeira vermelha, preta e verde da monarquia pré-Gaddafi, adotada como o símbolo da revolta.

Mas forças pró-regime rapidamente apareceram em um comboio de 14 veículos esportivos.

"Eles atiraram bombas de gás lacrimogêneo. As pessoas estão assustadas", afirmou um repórter da agência de notícias Reuters que estava em Tajoura no momento do confronto.

Testemunhas também disseram que as forças pró-Gaddafi atiraram usando munição real, embora não tenha ficado imediatamente claro se os disparos foram feitos para o alto ou diretamente contra os manifestantes.

REPRESSÃO

O episódio evidencia o forte controle que Gaddafi mantém em Trípoli --um grande contraste com o resto do país. Todo o leste do território líbio caiu nas mãos dos rebeldes, assim como várias cidades no oeste próximas ao bastião do ditador na capital.

Os rebeldes --forças formadas por moradores armados apoiados por algumas unidades desertoras do Exército-- têm repelido repetidos ataques de forças pró-Gaddafi que tentam retomar o controle do território.

Mas dezenas de partidários de Gaddafi realizaram uma demonstração na praça Verde, centro de Trípoli, agitando bandeiras verdes.

Antes dos protestos planejados para esta sexta, o serviço de internet --que tem sido irregular desde que a revolta líbia teve início-- aparentou ter parado de funcionar completamente.

Autoridades líbias impediram, por algum tempo, que jornalistas estrangeiros deixassem o hotel em que estão hospedados em Trípoli, alegando que era para a própria segurança deles, já que o governo tinha informações de que "elementos da Al Qaeda" planejavam abrir fogo contra a polícia para dar início a confrontos. Mais tarde eles foram permitidos a sair.

No leste, rebeldes avançaram em direção ao importante terminal de petróleo de Ras Lanuf, a 600 quilômetros de Trípoli, apelando para que forças aéreas estrangeiras criem uma zona de exclusão aérea após três dias de ataques de aviões do governo.

"Vitória ou morte! Não iremos parar até que liberemos todo esse país", Mustafa Abdel Jalil, chefe do rebelde Conselho Nacional Líbio, afirmou a partidários da revolta, que já dura duas semanas.

Ahmed Jabreel, um auxiliar de Jalil, afirmou que se houver qualquer negociação, "será sobre uma única coisa-- quando Gaddafi irá deixar o país ou renunciar para que possamos salvar vidas. Não há nada mais para negociar".






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