Dois irmãos são suspeitos de matar ativista no Tocantins

Dois irmãos são apontados pela polícia do Tocantins como suspeitos de matar o integrante da Comissão de Direitos Humanos Sebastião Bezerra da Silva, 40. No início da tarde desta sexta-feira, a polícia divulgou a identidade dos suspeitos: Ricardo José Gonçalves, 20, e Janes Miguel Gonçalves Júnior, 19.

A prisão foi decretada no final da tarde de quinta-feira (3), mas até o momento nenhum dos dois foi detido. De acordo com o delegado que apura o caso, Jackson Ribas, eles não têm passagem pela polícia.

O militante de direitos humanos foi encontrado morto na madrugada de segunda-feira (28). Seu corpo foi enterrado em uma fazenda no município de Dueré (228 km de Palmas), com sinais de espancamento e uma corda enrolada no pescoço. Membros de grupos de direitos humanos do Tocantins acreditam que o crime tenha ligação com o trabalho de Silva, que atuou em casos de repercussão no Estado como violência policial, assassinatos e linchamento de um detento numa cadeia pública.

O delegado Jackson Ribas, porém, disse não ter descoberto o motivo do assassinato. "Só teremos a motivação depois de interrogá-los. O que temos até agora são provas de que eles mataram Sebastião, tanto é que a Justiça atendeu nosso pedido e decretou a prisão", disse. Inicialmente, a polícia trabalhava com a hipótese de latrocínio, já que até o momento o carro e o telefone celular de Sebastião não foram localizados.

Segundo Jackson Ribas, a polícia chegou aos suspeitos graças ao depoimento de uma testemunha. "Essa testemunha nos informou que no dia anterior à localização dos corpos eles foram para Dueré e pediram enxada emprestada para uma tia, alegando que o carro havia atolado", disse.

Ainda na versão do policial, na casa de parentes de um deles, nas proximidades de Dueré, foram encontrados cartões de crédito e documentos de Sebastião Silva. A polícia também localizou no celular da vítima ligações que teriam partido do celular de Ricardo Gonçalves, um dos procurados.