O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (Acnur) diz que cada vez menos pessoas têm chegado à Tunísia e ao Egito fugindo da violência política na Líbia, o que provavelmente decorre da forte presença militar perto dessas fronteiras.
"A fronteira do lado da Líbia está agora ocupada por forças governamentais fortemente armadas", disse Melissa Fleming, porta-voz do Acnur, estimando que menos de 2.000 pessoas chegaram à Tunísia, na quinta-feira - no início da semana, o fluxo era de 10 a 15 mil por dia.
"Estamos muito preocupados de que a situação de segurança na Líbia possa estar impedindo as pessoas de atravessarem a fronteira", disse ela.
Reagindo à rebelião que domina grande parte do país, as forças pró-Gaddafi estabeleceram postos de controle e bloqueios rodoviários que dificultam a entrega de medicamentos e outras ajudas aos civis.
A Organização Internacional para as Migrações, que estima haver 1,5 milhão de estrangeiros na Líbia, afirmou que centenas de imigrantes vietnamitas já cruzaram a fronteira da Líbia com a Argélia, e que outros poderão em breve usar essa via de escape.
A Líbia faz fronteira também com Níger, Chade e Sudão, ao sul. A ONU estima que nos próximos meses até 100 mil imigrantes da África Subsaariana podem tentar cruzar a fronteira para o Níger, o que sobrecarregaria os recursos desse país, um dos mais pobres do mundo.
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