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LSE ordena investigação por vínculos da instituição com a Líbia
A prestigiosa London School of Economics (LSE) tenta salvar sua reputação horas depois do pedido de demissão do diretor Howard Davies por vínculos com a família do ditador líbio Muammar Gaddafi.
A LSE anunciou ter ordenado uma investigação independente sobre as relações existentes entre o centro de estudos e um dos filhos de Gaddafi, Saif al Islam, ex-aluno da universidade, que financiou um dos programas da escola.
A universidade inaugurou em 2009 um programa sobre a África do Norte graças a um subsídio de 1,5 milhão de libras em cinco anos (US$ 2,4 milhões) concedido por uma fundação de Saif al Islam.
Até a explosão dos distúrbios na Líbia, a LSE havia recebido 300 libras (US$ 488 mil).
Em sua carta de demissão, divulgada na noite de quinta-feira, Howard Davies afirmou que foi um "erro" aceitar o dinheiro e reconheceu que a reputação da London School of Economics foi "abalada". Por isto, anunciou que não tinha outra solução a não ser deixar o cargo.
"Concluí que seria o certo para mim que eu deixasse o cargo, mesmo sabendo que a decisão trará dificuldades para a instituição que aprendi a amar", destacou Davies.
"Sou responsável pela reputação da universidade e ela foi abalada", acrescentou Davies, que já foi diretor da Autoridade de Serviços Financeiros Britânica (FSA) e vice-presidente do Banco da Inglaterra (BoE).
"Aconselhei a junta que era razoável aceitar o dinheiro e isto se revelou um erro", escreve na carta.
Davies também reconheceu "um erro de julgamento pessoal" por ter aceitado viajar à Líbia para assessorar o governo, que procurava maneiras de modernizar suas instituições financeiras.
"Não houve nada substancial do que se envergonhar neste trabalho e informei amplamente sobre tudo, mas a consequência é que ficou mais difícil defender a instituição", destacou o diretor demissionário.
A London School of Economics, que cortou na semana passada todas as relações com a Líbia, decidiu na terça-feira destinar o dinheiro recebido da família Gaddafi para bolsas de estudantes do norte da África.
Seif al Islam obteve título de mestre em Filosofia na universidade britânica em 2003 e de doutor em 2008 com a tese "O papel da sociedade civil na democratização das instituições de governança global".
Mas a London School of Economics abriu uma investigação para apurar um possível plágio na tese.
POLÊMICA
Pouco depois de chegar à LSE, o filho do coronel surpreendeu alguns de seus professores com sua filosofia de que havia sido seu pai, e não Anthony Giddens --professor emérito da universidade--, o criador do conceito de "Terceira Via", a filosofia política favorita do ex-premiê britânico Tony Blair (1997-2007).
Seis meses depois de entrar no Reino Unido e quando o Exército dos EUA estava a ponto de invadir o Iraque, Sair al Islam se colocou supostamente em contato com os serviços de inteligência britânicos para informar que seu pai estava disposto a abandonar seu programa nuclear militar.
Enquanto preparava sua tese de doutorado na LSE, o segundo filho de Gaddafi, com fama de playboy, teve uma vida de luxo na casa que o pai comprou em Londres por 10 milhões de libras em Hampstead, bairro do norte da capital britânica.
Durante o tempo em que passou em Londres, ele esteve na companhia do ex-ministro trabalhista Peter Mandelson e do financeiro Nathaniel Rothschild, além de supostamente ter bons relações com o duque de York, terceiro filho da rainha Elizabeth 2ª que se dedica a promover as exportações britânicas.
No ano passado, Saif al Islam descreveu Blair como amigo pessoal de sua família e disse que havia sido contratado como assessor para gerenciar a riqueza petroleira na Líbia, algo que o ex-premiê negou.
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