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Economia
Terça - 10 de Setembro de 2013 às 15:59
Por: Alexandro Martello

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As vendas a prazo do comércio varejista registraram, em agosto, um recuo de 0,62% na comparação com igual mês do ano passado, o que representa a primeira queda deste indicador em 20 meses, ao mesmo tempo em que a taxa de inadimplência avançou 0,72% no mês passado, informou nesta terça-feira (10) a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em conjunto com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).


 
Na avaliação de economistas do SPC Brasil, o brasileiro está com "pé no freio" quando o assunto é consumo. "O principal fator responsável pela leve retração das vendas em agosto é a falta de confiança do consumidor, que tem evitado tomar crédito para não comprometer ainda mais o orçamento familiar com novas despesas", informaram as entidades.


 
De acordo com o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior, os bancos também estão mais criteriosos na concessão do crédito. "Estamos observando uma tendência de maior rigor no processo de concessão de crédito por parte do varejista e uma maior cautela das famílias na hora de se endividar com compras a prazo", declarou ele.


 
Por conta da retração das vendas a prazo, o presidente da CNDL informou que está revisando novamente, para baixo, sua estimativa para as vendas neste ano. No começo deste ano, a previsão da CNDL era de um crescimento de 6% em 2013. Em julho, a expectativa de crescimento caiu para 4,5% e, agora, recuou para 4% de alta.


 
Inadimplência
No caso da taxa de inadimplência, que avançou 0,72% em agosto, trata-se da primeira alta em quatro meses, informaram a CNDL e o SPC Brasil. Mesmo com o crescimento, o patamar de elevação foi considerado "moderado".


 
"Este índice de inadimplência está relacionado com a fraca movimentação nas lojas de todo o país em decorrência das manifestações de rua, que diminuíram o ritmo das compras, e pela Copa das Confederações - por conta dos feriados decretados nas cidades-sede", avaliaram as entidades.


 
A projeção dos especialistas da entidade, porém, é de que a inadimplência registre novas altas pelos próximos meses e comece a recuar com a proximidade das festas de final de ano, período em que tradicionalmente há uma maior recuperação de crédito.


 
No acumulado dos oito primeiros meses de 2013, comparando com igual período do ano passado - de janeiro a agosto de 2012 - a inclusão de novos consumidores no cadastro de inadimplentes do SPC cresceu 4,64%, ainda segundo a CNDL e o SPC Brasil.


 
Recuperação de crédito
Já o percentual de recuperação de crédito no varejo, que reflete o número de pessoas que "limparam o nome" regularizando dívidas em atraso, registrou queda de 0,95% em agosto de 2013, sobre o mesmo mês do ano passado.


 
Na avaliação de Pellizzaro Junior, o levantamento demonstra que o comprometimento da renda da população para quitar dívidas, somados ao encarecimento do crédito e a permanência da inflação em patamares elevados, dificultaram a renegociação de dívidas em agosto.


 
Cuidados para evitar a inadimplência
A CNDL e o SPC Brasil divulgaram uma série de recomendações para que os consumidores não fiquem inadimplentes em suas compras. Segundo as entidades, as pessoas devem privilegiar pagamentos à vista; devem fazer planejamento financeiro com uma planilha mensal de gastos, além de preferir um número menor de prestações nas compras a prazo.


 
Os clientes também devem somar os juros e calcular o preço final dos produtos comprados a prazo (para ter uma ideia do valor pago em juros); não devem se ater ao valor da prestação e sim ao preço final da mercadoria, e manter uma “reserva financeira” por segurança. Outra recomendação é que os consumidores não comprometam toda sua renda com compras.


 
Metodologia
A CNDL lembra que sua base de dados incorpora os grandes e pequenos varejistas, mas não inclui as operações com cartões de crédito e considera as operações com atraso superior a 30 dias. As transações com cartões de crédito absorvem cerca de 20% do volume total de operações, segundo estimativas da entidade. Os dados da CNDL envolvem, porém, a consulta em mais de 150 milhões de cadastros de pessoa física (CPF) de consumidores em 800 mil pontos de vendas credenciados.





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