O Tribunal do Júri do Estado do Mato Grosso do Sul condenou, na tarde desta quinta-feira, o empresário Luiz Afonso Andrade a 20 anos de prisão em regime fechado pelo assassinato de sua mulher, a arquiteta Eliane Nogueira, que foi queimada viva dentro de seu carro em julho de 2010, em Campo Grande. O Conselho de Sentença acatou a denúncia do Ministério Público em três qualificadores: motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. O júri foi presidido pelo juiz de direito em substituição legal, Aluízio Pereira dos Santos.
A primeira audiência de Luiz Afonso foi realizada em janeiro deste ano. O empresário confessou o crime em juízo. Antes do julgamento, ele chegou a protocolar um recurso que pedia o adiamento do júri, que foi negado pelo juiz do caso.
O caso
O corpo de Eliane foi encontrado carbonizado dentro de seu carro, no dia 3 de julho de 2010, em um bairro próximo à região central de Campo Grande. De acordo com laudo pericial, a vítima foi esganada até desmaiar e depois, queimada viva.
Em seu depoimento, o marido de Eliane disse que saiu com a mulher para ir a uma festa de amigos na noite do crime. Os dois, que estavam casados há dois anos e meio, na ocasião, estavam brigados. Após a festa, o casal saiu para jantar, mas o restaurante escolhido estava fechado e, então, eles decidiram parar o carro para conversar. Os dois discutiram e Andrade agrediu Eliane, asfixiando-a até ela desmaiar. O marido ainda deu voltas pela cidade e foi até a sua empresa para buscar um solvente líquido altamente inflamável. Então, parou em uma loja de conveniência, onde comprou fósforos e cigarros. Algumas quadras adiante, ele desceu do carro e ateou fogo no veículo que levava a mulher desmaiada.
Dias depois, a Polícia Civil teve acesso às imagens do circuito interno da loja de conveniência, que mostrou que o empresário retornou ao local minutos depois, pediu uma cerveja e só se retirou após ver a viatura do Corpo de Bombeiros, que foi acionada pelos moradores do bairro.
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