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Nacional
Quinta - 03 de Março de 2011 às 13:10

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A Companhia de Águas do Brasil (CAB Ambiental), empresa de saneamento controlada pela Galvão Engenharia, cancelou o processo de oferta pública inicial de ações (IPO, em inglês) que estava em andamento, após as ofertas recebidas ficarem abaixo do valor mínimo previsto.

"As ofertas que recebemos foram abaixo da faixa. A empresa e os acionistas controladores decidiram cancelar a operação", disse à Reuters o diretor-presidente da CAB, Yves Besse, nesta quinta-feira.

A empresa planejava emitir 7.162.474 ações ordinárias, com preço por papel estimado em entre 11 e 14 reais, uma operação que poderia resultar em mais de 135 milhões de reais, considerando os lotes suplementar e adicional. A precificação das ações estava programada para quarta-feira.

Segundo o executivo, a maior parte das ofertas apresentadas ficou entre 9 e 10 reais, resultado da "insegurança e desconhecimento" do mercado quanto ao segmento da empresa.

"Descobrimos durante o roadshow o desconhecimento do mercado financeiro quanto ao setor privado no saneamento. O mercado financeiro conhece Sabesp, Copasa e Sanepar, que são empresas públicas de capital aberto", afirmou.

Outro aspecto que pesou contra a operação, de acordo com ele, foi a intenção da empresa de se listar no Bovespa Mais, segmento criado pela Bovespa em 2006 para abrigar empresas de menor porte.

A única companhia nesse espaço até agora é a Nutriplant, que fez sua estreia em fevereiro de 2008.

"O mercado colocou em dúvida esse instrumento. Estávamos apostando como um instrumento adequado para o porte da CAB", acrescentou.

Os coordenadores da oferta eram Banco Safra e BB Investimentos.

No prospecto preliminar da oferta, a empresa informou que os recursos levantados seriam usados em parte para pagar empréstimos, enquanto o restante seria empregado em investimento.

Embora tenha cancelado esta operação, Besse disse que a ideia de se tornar uma companhia de capital aberto não foi abolida.

"A intenção de ir a mercado permanece dentro da empresa. Sabíamos que era preciso tamanho mínimo adequado (da empresa) e momento de mercado adequado", afirmou o executivo, acrescentando que a CAB dará continuidade ao plano de crescimento utilizando recursos próprios.

"Daremos continuidade ao projeto de crescimento do setor de saneamento no Brasil. É o setor mais atrasado na infraestrutura brasileira... A iniciativa privada é uma solução para avançar mais rápido."

A CAB planeja investir entre 1 bilhão e 1,5 bilhão de reais nos próximos cinco anos para triplicar o número de pessoas atendidas, atualmente em 4 milhões.

A companhia, criada em 2006, atua em municípios do interior paulista, no Mato Grosso e no Paraná. Em todo o ano de 2010, a empresa teve faturamento de 100 milhões de reais, segundo Besse, ante 80,5 milhões no ano anterior.





Fonte: Terra

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