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Preços do milho têm leve alta no mercado interno em agosto
As cotações do milho no mercado interno, a partir da segunda quinzena de agosto, apresentaram ligeira recuperação, “com a paridade do produto exportado voltando aos níveis acima de R$ 25,00 a saca de 60 Kg, situação influenciada pela alta do dólar”. É o que revela levantamento do Boletim Custos e Preços, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Mostra o estudo que “o mercado interno de milho tem procurado se ajustar, com os produtores liberando quantidades menores do grão na expectativa de obterem preços mais vantajosos”.
Situação semelhante foi observada no mercado internacional, informa o documento. É que a média mensal dos preços do milho na Bolsa de Chicago, no final de agosto, apresentou uma leve alta. Tal fato ocorreu devido à indefinição sobre o volume de grãos da safra americana, além das condições adversas do clima que se abateu sobre o Meio Oeste dos Estados Unidos.
A estimativa para os estoques mundiais de passagem do milho, segundo o Boletim, na safra 2013/2014, é de 150 milhões de toneladas, total 22% superior à safra passada. O consumo mundial de milho foi recalculado para 123,11 milhões de toneladas, um aumento de 7% em comparação ao número anterior (868,07 milhões de toneladas).
Café em queda – No caso do café, segundo levantamento do Cepea/Esalq (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada/Universidade de São Paulo), a situação continua preocupando os produtores. O café tipo arábica, por exemplo, apresentou uma desvalorização de 2,8% em agosto.
Até o final do mês passado, aponta levantamento do Boletim Safras & Mercado, foram colhidos 45,3 milhões de sacas de café (60 Kg), correspondendo a 86% da área estimada para a safra 2013/2014.
Renda do produtor - A valorização do dólar, as especulações sobre uma ampla oferta mundial de café e a ausência de uma política de melhoria da renda do produtor, ainda não adotada pelo Governo Federal, foram as causas principais da queda nas cotações internacionais do café tipo arábica e, também, do robusta, informa o Boletim Custos e Preços.
A estimativa é que a safra atual alcance 37,9 milhões de sacas do café tipo arábica e outras 15 milhões de sacas para o tipo conilon. Em agosto, finalmente, o governo iniciou a liberação ao produtor dos recursos financeiros do Funcafé (Fundo de Defesa da Economia Cafeeira) num montante previsto de R$ 5,8 bilhões.
Até 23 de agosto foram disponibilizados R$ 957 milhões aos cafeicultores para a comercialização da atual safra. Os recursos do Funcafé estão assim distribuídos: R$ 1 bilhão para estocagem e aquisição; R$ 614 milhões para capital de giro do setor industrial e cooperativas; e R$ 1,05 bilhão para o programa de opções públicas de venda do café. Esses recursos são estratégicos porque darão sustentação aos preços e evitarão prejuízos aos cafeicultores.
Algodão – Com o algodão, em agosto, houve uma tendência de alta nas cotações do produto. Isso aconteceu devido ao momento positivo porque passa o mercado internacional e em razão da valorização do dólar frente ao real.
De acordo com o índice Cepea/Esalq, o algodão apresentou, no mês passado, uma valorização de 3,6%, em comparação com os números de julho. O Boletim informa, ainda, que os produtores de algodão aguardam a confirmação do novo preço mínimo, previsto em R$ 50,58 a arroba, para intensificarem as operações de venda.
Um dado negativo apontado no estudo é a possível perda de US$ 700 milhões na receita do produtor com as vendas externas do algodão, em 2013. Essa situação pode acontecer devido a uma possível queda na produção brasileira e, ainda, devido à anunciada redução na demanda pela cultura na China.
Soja – Com relação à soja, assinala o Boletim Custos e Preços, o mês de agosto continuou mantendo a tendência de alta nas cotações do grão. As estimativas da Agência Agroconsult indicam que “o Brasil deverá colher no biênio 2013/2014 88,4 milhões de toneladas de soja, crescimento de 8,5% em comparação com a safra anterior (81,46 milhões de toneladas)”.
As boas cotações da soja no mercado internacional “tem favorecido a expansão do cultivo da oleaginosa que deverá avançar sobre áreas tradicionais de plantio de milho. Essa situação poderá ocorrer também nas novas áreas agriculturáveis na região de cerrado dos estados do Piauí, Maranhão e Bahia”, detalha o estudo.
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