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Quarta - 02 de Março de 2011 às 18:23

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Os vendedores ambulantes que há 12 anos vendiam abadás dos blocos carnavalescos para o Carnaval baiano no estacionamento do Aeroclube Plaza Show, na Praia da Boca do Rio, mudaram de posto na manhã desta quarta-feira (2). Em média, dois mil vendedores deslocaram-se para o Parque Atlântico, que fica entre o Aeroclube e a sede de praia do Bahia, a fim de atender à demanda de oio a dez mil compradores por dia.

A decisão da mudança foi tomada depois que a direção do shopping divulgou uma nota nessa terça-feira (1), proibindo o comércio ilegal dos abadás no local. Seguranças foram contratados e parte do estacionamento foi interditada a fim de coibir a instalação da tradicional "feira".

No novo local escolhido para a venda, alguns cambistas já montaram toldos e anunciaram que vão contratar seguranças particulares e instalar um esquema de limpeza para dar condições de trabalho aos vendedores.

Segundo Jair Oliveira, um dos organizadores da mudança, foi tentada uma negociação com a direção do Aeroclube, mas os vendedores não obtiveram sucesso. "Nos comprometemos a fazer a limpeza diária do local, mas mesmo assim eles não liberaram. Agora vamos gastar, em média, R$ 8 a R$ 10 mil por dia com segurança particular, iluminação, instalação de banheiros químicos e limpeza do local, já que aqui não tem estrutura nenhuma de trabalho", disse.

Outro cambista, Márcio Araújo, desaprovou a decisão da direção do Aeroclube. "A pior coisa que poderia ter feito foi tirar a gente de lá. Já tinha toda uma infraestrutura, condições para trabalhar, com bancos e caixas eletrônicos. Isso atrapalha, inclusive, os lojistas, porque as pessoas aproveitavam que iam buscar o abadá e compravam nas lojas do shopping", afirmou. Indignados com a proibição, os vendedores afirmaram ainda que, se souberem que alguém está fazendo o comércio no Aeroclube, vão invadir o local.

"A polícia mandou a gente sair de lá, ameaçou prender se continuássemos. Por pressão, tivemos que sair. Mas, se os filhos de juízes estiverem vendendo lá, não vai ter polícia, não vai ter ninguém. Nós vamos invadir", disse o cambista George Assis. No local onde os cambistas fazem o comércio de abadás, policiais observam a atividade, mas não a reprimem.

No início da manhã, oito PMs faziam a ronda no local, mas, por volta das 9h30, apenas dois permaneciam na região. De acordo com o Coronel Julio Pereira, do Comando de Operações Policiais Militares (COPPM), a PM vai averiguar a situação no Parque Atlântico e tomará uma deliberação a partir do que for constatado no local da venda de abadás. "Ainda não estávamos sabendo disso, mas vamos mandar alguém lá e só depois iremos preparar uma operação", afirmou.






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