ONG pede que Obama pressione Calderón por abusos
A organização humanitária Human Rights Watch (HRW) incentivou nesta quarta-feira o presidente dos EUA, Barack Obama, a pressionar seu colega mexicano, Felipe Calderón, pelos abusos dos direitos humanos no país e para que as forças de segurança "respondam por seus atos".
Obama receberá Calderón nesta quinta-feira na Casa Branca para repassar assuntos da relação bilateral, entre eles, a insegurança cidadã e a luta contra a violência no México, que tirou a vida de mais de 35 mil pessoas desde 2006.
A HRW disse em comunicado que a militarização da luta antidrogas produziu um aumento significativo nos abusos "graves" dos direitos humanos e que esse tema deve ser um aspecto central do encontro entre os governantes.
"Um dos erros mais evidentes da estratégia de Calderón em sua luta contra os cartéis do narcotráfico foi a falta de respostas perante os abusos generalizados cometidos pelas forças de segurança", disse José Miguel Vivanco, diretor para as Américas da HRW.
"Qualquer debate sério sobre as alternativas para melhorar a cooperação em matéria de segurança entre Estados Unidos e México deve abordar este problema", acrescentou Vivanco.
Segundo a HRW, apenas em 2010, o total de mortos pela violência foi de 15 mil.
"Obama deveria transmitir uma mensagem pública clara a Calderón de que as forças de segurança não podem passar por cima dos direitos humanos na tentativa de terminar com os cartéis violentos", expressou Vivanco.
"Enquanto persistir o silêncio dos Estados Unidos frente às graves violações de direitos humanos cometidas no México, o país continuará enviando a mensagem de que estes abusos são aceitáveis", enfatizou.
Desde 2007, a Comissão Nacional dos Direitos Humanos recebeu cerca de cinco mil denúncias contra membros do Exército por violações de direitos humanos, que incluem assassinatos, desaparecimentos forçados, torturas e crimes sexuais, acrescentou o grupo.
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