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Economia
Quarta - 02 de Março de 2011 às 10:33

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A indústria brasileira teve desempenho melhor que o previsto em janeiro, mas manteve um ritmo moderado em razão da intensa importação de bens, mostraram dados do IBGE nesta quarta-feira.
A produção industrial brasileira cresceu 0,2 por cento em janeiro ante dezembro, interrompendo 2 meses de retração, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Em relação a janeiro de 2010, a produção aumentou 2,5 por cento, na décima quinta alta consecutiva.

"Mesmo com o crescimento em janeiro, as perdas acumuladas não foram devolvidas e a leitura que se dá é que a indústria se encontra num ritmo moderado nos últimos meses", disse a jornalistas, o economista do IBGE, André Macedo.

"A moderação da indústria é por conta das importações numa magnitude importante que acabam afetando o setor industrial."

Economistas consultados pela Reuters esperavam queda de 0,4 por cento no mês e alta de 1,5 por cento ante 2010, segundo a mediana das projeções, com as previsões variando de queda de 1,5 por cento a alta de 0,2 por cento na comparação mensal e de queda de 0,1 por cento a alta de 3,0 por cento na anual.

O dado de dezembro ante novembro foi revisado de queda de 0,7 por cento para declínio de 0,8 por cento.

Na opinião de Newton Rosa, economista-chefe da SulAmerica Investimentos, "o dado não muda o quadro de economia crescendo em ritmo menor".

Após o número, porém, as projeções de juros subiram na BM&FBovespa, respaldando a aposta minoritária em um aumento mais elevado do juro nesta quarta-feira, de 0,75 ponto percentual. A maioria dos analistas aguarda um aumento de 0,5 ponto percentual no juro básico.

Com o resultado de janeiro, a indústria está 2,6 por cento abaixo do patamar recorde registrado em março de 2010.

BENS DURÁVEIS CRESCEM NO MÊS

Entre os 27 setores, 15 tiveram expansão de dezembro a janeiro e 12 tiveram queda. Os setores que mais cresceram foram Material eletrônico e equipamentos de comunicações (+35,5 por cento), Metalurgia básica (+5,3 por cento) e Farmacêutica (+5,4 por cento). Entre as quedas, os destaques foram Veículos automotores (-3,2 por cento), Refino de petróleo e produção de álcool (-2,3 por cento), Minerais não metálicos (-2,8 por cento) e Bebidas (-2,4 por cento).

Três das quatro categorias de uso avançaram na comparação mensal: Bens de consumo duráveis (+6,0 por cento), Bens de capital (+1,8 por cento) e Bens de consumo semi e não duráveis (+0,3 por cento).

"Os bens de capital são uma sinalização importante para a expansão dos investimentos e da capacidade produtiva do país", disse Macedo.

Já a produção de Bens intermediários caiu 0,4 por cento.

Na comparação com janeiro do ano passado, 19 das 27 atividades tiveram crescimento, com maior contribuição do setor de Veicúlos automotores (+8,2 por cento). A maior queda partiu do ramo Têxtil (-11,6 por cento).

Todas as categorias de uso subiram na comparação anual, com expansão mais elevada no segmento de Bens de capital (9,1 por cento) e menos intensa entre Bens de consumo semi e não duráveis (0,8 por cento).

"As medidas do governo... de restrição ao crédito no fim do ano passado, a retirada de incentivos fiscais vão diminuir o ritmo da atividade industrial, além da maior penetração de importados. Isso tudo dá o tom do crescimento da indústria em 2011", acrescentou o economista do IBGE.





Fonte: Reuters

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