Juiz interroga falso médico por exercício ilegal da profissão
Estudante de medicina que atendeu menina Joanna se entrega e depõe
O estudante de medicina Alex Sandro da Cunha Silva, que atendeu a menina Joanna Cardoso Marcenal Marins, de cinco anos, se apresentou nesta última segunda-feira (28), na Delegacia de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
O juiz Alberto Fraga, em exercício no 3º Tribunal do Júri da capital, interroga nesta terça-feira ( 1º) o estudante acusado de exercício ilegal da medicina.
Contratado pela médica Sarita Fernandes Pereira, Silva atendeu a criança no Hospital Rio Mar, na zona oeste do Rio, e lhe deu alta quando ela ainda estava desacordada.
O réu também foi denunciado pelo mesmo crime em relação a todas as vítimas não identificadas, até o momento, atendidas no mês de julho de 2010 na emergência do hospital, entre outros crimes.
O estudante teve a prisão preventiva decretada, mas estava foragido desde agosto de 2010.
Relembre o caso
A menina Joanna, suspeita de ter sido vítima de maus-tratos, morreu no CTI do Hospital Amiu, em Botafogo, na zona sul do Rio. Ela foi internada na unidade depois de passar por dois hospitais em Jacarepaguá e na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade. Além de ter tido várias convulsões, ela apresentava hematomas nas pernas e marcas nas nádegas e no tórax, que aparentavam queimaduras.
A mãe da criança, a médica Cristiane, acusa o pai da menina, que tinha a guarda dela na época, de maus-tratos. Marins nega e atribui os ferimentos a sucessivas crises de convulsão.
Durante as investigações da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima, foi descoberto que, além dos maus-tratos, a criança tinha sido atendida por um falso médico no Hospital RioMar, na Barra da Tijuca. Ela ficou 28 dias internada no Hospital Amiu. A polícia investiga os maus-tratos e o erro médico.
Marins está preso desde 25 de outubro de 2010 sob acusação de tortura e homicídio qualificado. Vanessa Maia, madrasta de Joanna, responde o mesmo processo em liberdade.
Três audiências sobre o processo contra o pai da menina já foram realizadas. Na última, realizada no dia 7 de fevereiro, o pai da menina falou pela primeira vez. Ele se defendeu das acusações e disse que amarrava a menina sob orientação de psicólogos.
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