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Internacional
Terça - 01 de Março de 2011 às 08:31

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 A ONU afirmou nesta terça-feira que a situação na fronteira da Líbia com a Tunísia atingiu um ponto crítico, com dezenas de milhares de estrangeiros tentando deixar o país.

A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), Melissa Fleming, disse que entre 70 mil e 75 mil pessoas fugiram para a Tunísia desde que o conflito na Líbia começou, no dia 20 de fevereiro.

"Nossa equipe na fronteira da Líbia com a Tunísia nos disse esta manhã que a situação lá atingiu um ponto crítico", disse ela.

Cerca de 2 mil pessoas tentam cruzam a fronteira da Tunísia por hora, mas, uma vez em território tunisiano, os refugiados não têm para onde ir. Cerca de 20 mil outros estariam do lado líbio, à espera de uma autorização para entrar na Tunísia. A maiorioa é de egípcios, mas também há chineses e bengalis - quase todos trabalhadores estrangeiros que viviam na Líbia.

Os egípcios estão furiosos com seu governo, afirmando terem sido esquecidos pelas autoridades de seu país, afirmou o repórter da BBC Jim Muir.

A temperatura caiu drasticamente durante a madrugada na região, e Muir disse ter visto o corpo de um jovem egípcio, que teria morrido de frio.

Comida está sendo distribuída no local, mas os esforços de ajuda humanitária não são suficientes para lidar com a situação, afirma Muir. Segundo ele, a situação de saneamento na fronteira é "um desastre", e há várias pessoas dormindo em estradas e estacionamentos.

Campos de triagem temporários estão sendo construídos de improviso ao longo da estrada, enquanto autoridades tentam alugar aviões e barcos para repatriar os refugiados.

Um refugiado disse à BBC que fugiu da cidade de Benghazi - agora nas mãos de rebeldes - devido a ameaças de simpatizantes da oposição, que pensaram que ele fosse um mercenário contratado pelo líder líbio, Muamar Khadafi.

"Eles não costumam ver negros em Benghazi", disse ele, que é negro. "Eles dizem que o presidente (Khadafi) levou alguns negros para lutarem contra os líbios, então eles decidiram que se há um negro, ele precisa ser perseguido", afirmou.






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