Alguns estabelecimentos cobram tarifas nos moldes do centro de São Paulo: R$ 10/hora. Faturamento anual passa de R$ 40 mi
Um negócio milionário
O crescente aumento da frota de veículos em Cuiabá está levando a uma situação comum nas grandes metrópoles: a falta de vagas para estacionar nas principais ruas da cidade, como também no centro comercial. Se o cenário não agrada àqueles que precisam circular várias vezes pelo mesmo ponto até encontrar uma vaga - isso quando não são obrigados a estacionar em locais mais distantes – por outro lado acaba agradando os proprietários de estacionamentos rotativos, que fazem da atividade uma ótima fonte de lucro, um negócio com retorno garantido e baixo custo de funcionamento.
Não há um levantamento oficial, mas estima-se que somente na região central de Cuiabá existam cerca de 170 estacionamentos funcionando, disponibilizando cerca de 5,1 mil vagas disponíveis – média de 30 por estabelecimento, porém, aos olhos dos motoristas, parece fábula uma oferta nesse nível, tamanha a dificuldade em encontrá-las.
Com uma taxa média de ocupação de 70% durante seis dias da semana – segunda-feira a sábado – o faturamento de todos os estacionamentos chega a R$ 140 mil ao dia ou R$ 3,60 milhões ao mês, considerando-se 26 dias de atividade no período. Ao ano, o setor movimenta em torno de R$ 43 milhões, valor suficiente para comprar uma frota de aproximadamente 1,7 mil carros populares a cada ano.
Os preços variam conforme a localização do estacionamento, oscilando entre R$ 1 e R$ 10 a hora. Geralmente os pontos de maior movimento do comércio e bancos costumam ser mais valorizados. Em média, os estacionamentos cobram R$ 2 para moto, R$ 3 para carro pequeno e R$ 4 para carro grande (caminhonete). Em caso de permanência por tempo superior ao prazo estabelecido, é cobrado mais um valor pela hora adicional ou extra. Geralmente, cada hora estacionada gera uma receita de R$ 4 ao proprietário do estacionamento, um faturamento diário em torno de R$ 840 só na parte rotativa.
Proprietários e administradores dos estacionamentos contam que o negócio é altamente lucrativo e fonte de renda segura. “Se considerarmos os mensalistas, com o pagamento fixo variando de R$ 100 a R$ 150 ao mês para cada carro, o lucro é bem maior”, afirma Paulo Peixoto, proprietário de um estacionamento na área central de Cuiabá. Em frente a uma padaria da cidade, na Avenida Rubens de Mendonça (Av. do CPA), o preço do estacionamento por uma hora chega a R$ 10. “Na verdade, não é uma área própria de estacionamento, mas área reservada aos nossos clientes em compra. Entretanto, como muitos estacionam e deixam o carro por um longo período, resolvemos aplicar a cobrança para afugentá-los. Mas ainda assim não está sendo suficiente e muitos preferem pagar”, diz a gerente, Neuza Urbana, da Estação do Pão.
EXPANSÃO - Estima-se que houve um aumento de 20% na procura por estacionamento, de dezembro do ano passado para cá. “A gente ainda tem como atender a demanda”, afirma o gerente José Carlos Lopes, lembrando que as pessoas preferem deixar o carro no estacionamento a rua. “Tenho recebido muita gente que não encontra vaga para estacionar na “Faixa Verde” e traz o carro porque sabe que aqui é um lugar seguro”.
Bruno e Celso Neves, sócios-proprietários do Goodway Parking Rotativo, na rua Barão de Melgaço, confirmam o aumento na procura por vagas no centro da cidade. “A nossa média é de 120 veículos por dia”, conta Bruno. No local são cobradas taxas de R$ 6 (carro grande), R$ 5 (médio) e R$ 4 (pequeno). O estacionamento tem 80 vagas disponíveis.
De acordo com funcionários de estacionamentos, o período da tarde tem maior procura por vagas no rotativo. Os momentos de pico são entre 12 e 16 horas, horários de maior movimento bancário. Normalmente, nos estabelecimentos legalizados não há seguro de proteção contra risco, roubo, arrombamento e batidas. “Mas, não são todos que oferecem, pois muitos estão irregulares”. (Veja mais na página C2)
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