Médico relata violentos confrontos na 3ª maior cidade líbia
Oponentes do regime líbio e forças leais ao líder Muamar Khadafi estariam engajados em violentos combates nesta segunda-feira na cidade de Misrata, a terceira maior do país, localizada a cerca de 200 km a leste da capital, Trípoli, de acordo com moradores locais.
Um médico que trabalha no hospital central da cidade e pediu para não ser identificado afirmou que se escuta o som de helicópteros, tiros e bombas desde a madrugada.
"Está ocorrendo uma grande batalha na base aérea, e muitos moradores das imediações estão feridos", disse ele.
Acredita-se que Misrata esteja nas mãos de opositores desde o final da semana.
Apelo
Segundo o médico ouvido pela BBC, os combates entre rebeldes e forças governistas vêm ocorrendo diariamente desde a sexta-feira e pelo menos "27 pessoas foram mortas entre sexta-feira e sábado".
Ele disse que a situação é volátil e pediu ajuda de agências internacionais de ajuda.
"Não podemos mandar ambulâncias porque elas vêm sendo alvo de ataques. Esperamos o tiroteio parar ou diminuir bastante para retirarmos os mortos e feridos."
"Faço um apelo ao Crescente Vermelho (a versão da Cruz Vermelha que atua em países de maioria islâmica) e a Organização Mundial de Saúde porque precisamos de medicamentos, e se a situação permanecer assim por uma semana, não teremos capacidade de tratar paciente algum nesta cidade", disse ele.
Resto do país
Em Zawiya, a cerca de 50 km a oeste de Trípoli, opositores dizem esperar novas tentativas de simpatizantes de Khadafi, que cercam a cidade, de recuperar o local.
Opositores do regime de Khadafi controlam boa parte do país, em especial o leste, incluindo instalações de petróleo na região.
O líder líbio estaria mantendo o controle sobre Trípoli, mas há relatos de combates esporádicos na cidade.
Acredita-se que pelo menos mil pessoas tenham sido mortas durante semanas de conflitos entre ativistas antigoverno e partidários de Khadafi.
A ONU estima que cem mil pessoas tenham fugido da Líbia apenas ao longo da semana passada.
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