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Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Sábado - 26 de Fevereiro de 2011 às 17:00

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Pequenas ilhas localizadas na região de Constitución, na região de Maule, foram as mais devastadas no terremoto de 27 de fevereiro de 2010. Na ilha Orregom, por exemplo, somente 10 pessoas conseguiram sobreviver, agarrando-se a árvores. A poucos quilômetros dali, Denny Urbina, sua mulher seu filho de dois anos viveram juntos a tragédia e viram a morte de perto.

"Estávamos dormindo em uma barraca no momento em que o tremor começou. Depois recebemos o chamado de uma parente, que nos avisou que uma onda gigante estava chegando. Ela estava em Constitución", disse Urbina ao Terra. Ele lembra que sua família calculou mal o tempo das águas ao local onde se encontravam. "Nós estimamos que o tsunami levaria entre 30 e 45 minutos para chegar, mas acabou nos alcançando em 10 minutos. Tivemos que escapar por um caminho que havíamos descoberto mais cedo naquele dia."

Urbina conta que seu filho não teve consciência do que estava acontecendo, agindo como o pai do filme A vida é bela, fazendo com que o menino achasse que se tratava de um jogo. Até hoje ele ainda não entendeu por completo o que aconteceu. "Meu filho estava fascinado e não tem trauma algum, porque quando o pegamos (para fugir do tsunami) fizemos o mesmo que no filme A vida é bela. Meu filho tem 3 anos e nunca se deu conta de nada, nunca soube (o que de fato aconteceu)".

Denny não culpa as autoridades pela tragédia. Ele lembra que as pessoas que estavam nos lugares afetados se encontravam lá justamente pela escolha pessoal de estar longe, para se afastar do mundo, para se desconectar. Emissoras de rádio, por exemplo, não podiam ser sintonizadas. Minutos após o terremoto, receberam o sinal de uma rádio argentina indicando que o tsunami no Chile era "iminente". Com esse recado e com o chamado de sua parente, não perderam tempo e trataram de fugir.

"Retornei a Constitución para buscar uma caminhonete de um parente meu e voltei para buscar minha família por caminhos dentro da floresta. Fomos sábado mesmo até (a capital) Santiago. Não havia (sinal de) celular, não havia coisa alguma. Tinham nos considerado mortos.

Um ano da tragédia
Para Urbina, os chilenos desde cedo sabem que, perante um terremoto de grandes proporções, deve-se alcançar terrenos elevados. O problema, diz ele, foi a população ter confiado na Oficina Nacional de Emergência (Onemi) e no Serviço Hidrográfico e Oceanográfico da Armada do Chile (Shoa), institutos de monitoramento de fenômenos naturais que asseguraram que não haveria risco de tsunami. "Muitos que fugiram (ainda) de pijamas voltaram para buscar coisas. Isto aconteceu em Constitución, e, quando a água veio, não houve mais tempo para que ninguém escapasse", conta.

Hoje, um ano após a catástrofe, Urbina garante que aproveita cada minuto da vida. Sua mulher deu à luz mais um filho, e desfruta da vida ao máximo, como se vivesse sempre o último dia.





Fonte: Terra

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