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Sábado - 26 de Fevereiro de 2011 às 07:00

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A Federação dos Trabalhadores na Indústria de Mato Grosso protocola ainda esta semana na Justiça do Trabalho vários processos contra a construtora Irmãos Lorenzetti Ltda., de Tangará da Serra,  acusada pelos trabalhadores de estar lesando-os nos pagamentos e praticando caixa dois com o dinheiro devido aos funcionários. Há denúncia também de assédio moral. A empresa está construindo 580 casas no município, e emprega cerca de 80 funcionários.
 
Segundo denúncia da FETIEMT, a empresa registra em carteira apenas o piso salarial dos trabalhadores. O pagamento por metragem, ou por produção, não é registrado em carteira.

 A metragem é o valor pago ao pedreiro pela produção. No caso da Lorenzetti, este valor era de R$ 500,00 a R$ 800,00 por reboco.  Cada pedreiro concluía de quatro a sete casas por mês.

 Segundo a denúncia, o pagamento do salário acontece até o quinto dia útil, como manda a legislação. No décimo dia do mês, é pago o valor referente à metragem, descontando-se o montante do primeiro pagamento.

 Um exemplo: caso o valor praticado pela metragem seja de R$ 500,00, um pedreiro que concluir cinco casas em um mês, terá direito a R$ 2.500,00 de metragem, mais o piso salarial da categoria, que é de R$ 772,20. No total, deveria receber R$ 3.272,20, mas acaba recendo somente R$ 2.500,00, com o desconto. Em muitos casos, os pedreiros precisavam pagar ainda R$ 50,00 ao servente por casa para complementar seu salário, que também é baixo. Houve o caso de um trabalhador cujo valor da metragem foi inferior ao do salário, do qual a empresa fez o desconto no mês posterior.

 A FETIEMT denuncia ainda que a Lorenzetti pratica rotatividade ilegal, ou seja, contrata e demite o empregado antes do prazo estipulado para que sejam devidos os encargos sociais.

 A Federação reuniu-se há algumas semanas com metade dos 80 trabalhadores da obra, que decidiram entrar com ação na Justiça do Trabalho. No documento, a entidade exige que sejam devolvidos aos funcionários os valores descontados, e registrado no holerite o total pago a cada um.

 Segundo Ronei de Lima, presidente da FETIEMT, os funcionários temiam represália por parte da empresa, e isso já vem acontecendo, por meio de demissões ocorridas depois que os trabalhadores se reuniram com a Federação. Até o momento, quatro trabalhadores que participaram da reunião foram demitidos. “Esta ação tem o claro objetivo de desmobilizar os trabalhadores. Promovendo clara ação anti-sindical caso a empresa não regularize, haverá greve”, disse ele.






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