Otan e Europa aumentam pressões sobre regime de Gaddafi
A Otan (Organização Tratado do Atlântico Norte) e a União Europeia (UE) pressionaram o regime de Muammar Gaddafi nesta sexta-feira, unindo forças para resgatar estrangeiros na Líbia ao mesmo tempo em que líderes europeus defendem o estabelecimento de uma zona aérea restrita sobre o país.
O comandante da Otan, Anders Fogh Rasmussen, encontrou os ministros europeus da Defesa em Godollo, na Hungria, para discutir um amplo esforço de retirada de estrangeiros do território líbio.
Já em Bruxelas, o bloco de 27 nações europeias concordou em embargar o envio de armamentos, congelar bens e banir a venda de equipamentos de segurança utilizados contra manifestantes.
A expectativa é que as sanções entrem em vigor em alguns dias, informaram fontes diplomáticas.
As fontes recusaram-se a dizer, no entanto, quem e quantos líbios são alvos, "para evitar uma fuga de recursos".
Em Washington, o Departamento de Tesouro alertou os bancos para que fiquem vigilantes em relação a transferências ligadas a líderes políticos da Líbia, em meio a movimentações internacionais no sentido de sancionar o regime de Gaddafi.
Questionado sobre se uma intervenção militar era uma opção, Rasmussen disse: "Não quero entrar em detalhes. A prioridade é a retirada das pessoas e também a ajuda humanitária".
Governos do mundo todo vêm tentando retirar milhares de seus cidadãos na Líbia, em meio a temores de uma possível guerra civil.
Em torno de 3.600 europeus estavam na Líbia pelo que diversos países do continente, incluindo Reino Unido, Alemanha e Grécia, mobilizaram aviões e navios para retirar seus cidadãos, de acordo com a União Europeia.
A UE informou estar pronta para agir como coordenadora para ajudar membros do bloco com as retiradas, afirmou Rasmussen, chamando a ação de um "grande desafio".
"Essa crise na nossa vizinhança afeta cidadãos líbios e muitos aliados da Otan", disse.
No encontro dos ministros da Defesa europeus em um palácio do século 18 em Godollo, arredores de Budapeste, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, afirmou que era hora de "colocar o máximo de pressão possível para tentar interromper a violência na Líbia".
Ashton afirmou que os EUA e países da Europa discutiram a possibilidade de impôr uma zona aérea restrita sobre a Líbia, para evitar que as forças de Gaddafi bombardeassem manifestantes.
Os governos europeus estão criando "planos de contingência" para ajudar a policiar o espaço aéreo da Líbia, mas "a UE precisa primeiro de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU [Organização das Nações Unidas]", informou um diplomata europeu que não quis se identificar.
Rasmussen informou que a Otan não discutiu a ideia de uma zona aérea restrita, mas também enfatizou que primeiro seria necessária uma resolução da ONU.
O Secretário de Defesa americano, Robert Gates, afirmou na quarta-feira que França e Itália seriam os melhores países para garantir essa zona aérea sobre a Líbia.
Mas o ministro da Defesa francês, Alain Juppé, disse que tal ação precisa ser tomada coletivamente.
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