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Internacional
Sexta - 25 de Fevereiro de 2011 às 15:21

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O "Dia de Fúria" contra a incapacidade do governo iraquiano foi marcado nesta sexta-feira pela violência, com a morte a tiros de 14 manifestantes no país, durante confrontos com as forças de segurança.

Segundo a polícia e os hospitais, houve cinco mortos em Mossul, dois em Hawija, na província de Kirkuk, rica em petróleo, cinco em Tikrit, um em Samarra, no centro do país, e um jovem de 15 anos em Calar - uma cidade curda na província de Diyala.

Com isto, o número de vítimas desde o início da contestação, há três semanas soma 18 mortos mais um policial.

Além disso, 124 pessoas, entre elas 17 policiais e soldados, ficaram feridas em dezenas de cidades. Quatro prédios públicos foram incendiados. Em cinco cidades, entres elas a capital, foi mantida até sábado a proibição de circulação.

Em Bagdá, as forças de segurança usaram jatos d"água e granadas de gás lacrimogêneo para dispersar manifestantes que atiravam pedras contra eles.

Os moradores da cidade foram obrigados a caminhar até a praça Tahrir, no centro de Bagdá, depois da proibição do uso de automóveis. Várias restrições também foram impostas às manifestações através do país.

Apesar da mobilização militar e policial, 5 mil manifestantes conseguiram reunir-se na praça Tahrir.

As forças de segurança bloquearam com grandes blocos de cimento a entrada da ponte al-Joumhouriya que leva à zona verde, o setor ultrassecreto que abriga a sede do governo e a embaixada dos Estados Unidos.

Manifestantes, no entanto, conseguiram derrubar quatro desses blocos e começaram a atirar pedras, sapatos e garrafas de água na polícia de choque que conseguiu isolá-los.

Um deputado, Sabah al-Saadi, que tentou falar aos manifestantes, foi recebido com vaias. "Por que os deputados recebem milhões de dinares por mês enquanto nós nada temos?", gritou um participante.

O movimento denominado "a Revolução da Ira iraquiana" fez um apelo no Facebook para exigir "mudança, liberdade e uma democracia verdadeira".

A maioria dos chamados consiste em reivindicar "reformas"; "não derrubar o governo", destacam.

Os organizadores traziam presa à roupa uma folha com os dizeres: "somos civis, somos pacíficos". Na véspera, Maliki os havia chamado de "partidários do ex-ditador Saddam Hussein e de terroristas".

Após a manifestação, Maliki agradeceu aos participantes "que demonstraram senso de responsabilidade, não deixando terroristas agirem".

No Sul, o governador de Basra demitiu-se em seguida à manifestação que reuniu 3 mil pessoas.

Para tentar acalmar a revolta, o governo multiplicou gestos, recentemente, aumentando em um bilhão de dólares o montante destinado à compra de cestas básicas distribuídas a seis milhões de famílias.





Fonte: AFP

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