Falta de qualificação pode afetar crescimento, admite Lupi
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, admitiu nesta sexta-feira que o crescimento do Brasil pode ser afetado pela falta de mão de obra qualificada, especialmente para obras de infraestrutura.
A afirmação foi feita durante assinatura de termo de cooperação técnica entre o Ministério do Trabalho e a Abdib (Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base) promover ações de qualificação profissional voltadas para a construção civil na infraestrutura.
"Essa parceria com a Abdib é exatamente para isso, porque eles [membros da associação] estão no local e sabem da realidade [da falta de mão de obra qualificada]. Nosso desafio é construir os cursos de maneira tão transparente e fundamentada que só atraia instituições sérias", disse o ministro.
O objetivo é qualificar, em quatro anos, cerca de 100 mil trabalhadores com idade acima de 16 anos, em diversas áreas, como solda, encanamento e instalação de tubulações, instalações elétricas, montagem de estruturas de madeira e metal, pintura de obras e estruturas metálicas, além de estruturas de alvenaria.
O presidente da Abdib, Paulo Godoy, afirmou que o convênio é uma contribuição do setor ao governo para promover treinamento de pessoas especialmente nas regiões em que há dificuldade em implantar tais cursos, como os canteiros de obras e empreendimentos afastados dos grandes centros. "Nosso alvo é ir correndo para essa demanda e auxiliar os investidores e as construtoras nessa tarefa difícil de treinar mão de obra na velocidade que a demanda exige."
Godoy informou que o ministério arcará com uma parte do custo dos cursos de qualificação, contribuindo com a estrutura já existente. O restante será custeado pelas empresas que aderirem ao projeto.
Segundo Godoy, o custo da iniciativa não preocupa as empresas, porque o projeto é autofinanciado. "Se montamos um bom programa, as empresas que treinarão seus profissionais acabarão elas mesmo custeando a iniciativa. É provável que tenhamos um grande canteiro que possa dar o impulso ao programa", disse ele.
Lupi comentou ainda que considera "factível" a criação de mais de 3 milhões de empregos neste ano. "O resultado de janeiro já foi muito bom. Foram 150 mil, sem o ajuste feito quanto recebemos todos os dados das empresas que mandam [informações] fora do prazo. O menor crescimento do PIB [Produto Interno Bruto] também não afeta negativamente a geração de empregos", afirmou.
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