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Internacional
Sexta - 25 de Fevereiro de 2011 às 11:06

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No dia 14 de fevereiro, uma segunda-feira, Juvenal Juvêncio recebeu da Caixa Econômica Federal a Taça das Bolinhas, indicando que o São Paulo foi o primeiro clube a conquistar cinco taças do Campeonato Brasileiro. Uma semana depois, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou o Flamengo como legítimo campeão nacional de 1987, tornando-o o penta original.

A situação gerou desconforto entre as diretorias de Fla e São Paulo, até então aliadas, o que agravou o momento político do Clube dos 13 - a entidade discute a venda dos direitos de transmissão para televisão. Para o candidato da oposição são-paulina, Edson Francisco Lapolla, o presidente Juvenal Juvêncio caiu em uma armadilha da CBF.

"Essa Taça claramente está jogando o Flamengo contra o São Paulo, e de uma forma ardilosa", afirmou em entrevista ao Terra. "O Ricardo Teixeira é uma figura. Ele armou isso", considerou.

Juvenal tenta disputar sua segunda reeleição, o que é vetado pelo estatuto do clube. Lapolla lamentou a postura do dirigente e de seus aliados, como o ex-presidente Carlos Miguel Aidar. "Tem conselheiro que não sabe onde fica a piscina do clube", apontou o candidato.

Lapolla aproveitou para criticar o atual sistema de eleição do São Paulo, que não inclui todos os sócios e limita o clube a duas chapas. Para o candidato, "o estatuto do São Paulo é o mais antidemocrático" entre os clubes brasileiros.

Terra: Você acredita que o Juvenal Juvêncio caiu em uma armadilha na disputa pela Taça das Bolinhas?
Edson Francisco Lapolla: O Ricardo Teixeira é uma figura. Ele armou isso. A resposta é sim. Essa Taça claramente está jogando o Flamengo contra o São Paulo, e de uma forma ardilosa. O São Paulo tem suas razões, e o Flamengo tem as dele. A torcida está vendo que isso só atrapalha nossa vida. Caiu numa armadilha e agora está aí. Vamos ver como sai.

Terra: O que você faria no caso da Taça das Bolinhas? Você considera o Flamengo primeiro pentacampeão brasileiro?
Edson Francisco Lapolla: Essa taça tem que ser doada para o Museu do Futebol. Que façam duas réplicas pequenas para ficar com os clubes. Senão essa discussão nunca vai ter fim. Que os dois clubes doem essa taça, que de uma taça da discórdia pode passar a enfeitar o museu e atrair visitantes.

À luz da Justiça, (o Flamengo) não é, o Sport é o campeão de 1987. Por outro lado, o São Paulo assinou. Se eu tivesse assinado, não voltaria atrás nessa assinatura. É uma discussão longa que não vai ficar bom para ninguém. E os clubes que vão sair prejudicados.

Terra: O Carlos Miguel Aidar disse que pelo índice de inadimplência no clube ser perto do zero, os sócios estão contentes. Portanto, se houvesse participação dos sócios na eleição, a vitória da situação seria ainda mais fácil. Ele está certo? Existe um consenso tão grande pró-Juvenal dentro do clube?
Edson Francisco Lapolla: Ele nunca fez um exame de piscina. Como outros. Tem conselheiro que se elegeu em 2008, como o filho do Marcelo Portugal Gouvêa, que não sabe onde fica a piscina do clube. Não luta pelo São Paulo. Usou o sócio e frequenta o Pinheiros. Isso o São Paulo não pode ter. O clube não está a mil maravilhas como o Juvenal fala. É só ir à sauna e ver o limo que tem na parede. Que separe a administração. Estamos devendo ao sócio. O estádio já é autossuficiente.

É confundir alhos com bugalhos. Não queremos o terceiro mandato. Temos pessoas para continuar o trabalho do Juvenal, como ele continuou do Marcelo. Devemos algumas coisas. Prometemos que mudaríamos nosso modelo de gestão, o que não aconteceu.

Terra: Você considera o atual sistema de escolha do presidente usado no São Paulo justo, sem que exista a presença de todos os sócios na eleição?
Edson Francisco Lapolla: De jeito nenhum. O estatuto do São Paulo é o mais antidemocrático que existe nos clubes de futebol. O estatuto funciona como "Arena-MDB", só podendo existir dois partidos. Para fazer uma chapa, você precisa de 55 conselheiros vitalícios. O São Paulo tem 160, portanto só dá para fazer duas chapas. Dois terços do conselho são vitalícios, sobrando oitenta conselheiros para serem eleitos pela assembleia. Destes, quarenta são pela antiguidade. E não aparecem no clube. A essas pessoas devemos homenagens. Demos espaço para os jovens no clube. No final, o sócio tem direito a escolher 40 de 240. Está na contramão do que os clubes fazem.

O sócio-torcedor deveria votar. Aquele que contribua com o clube por quatro, cinco anos seguidos, tenham condições de votar. Há dirigentes da situação que dizem que o São Paulo é uma entidade privada, que não deve satisfação. Como não? Quando você fala que é a terceira maior torcida do Brasil, se compara a Real Madrid e Barcelona, aí lembra da torcida. Você precisa dela para comprar ingressos, camisas, mas não dá satisfação a ela.

Terra: O que você acha da participação de jogadores na política do clube, especificamente o Rogério Ceni?
Edson Francisco Lapolla: É absolutamente conveniente. Quando eu estava na China, o Rogério jogou de amarelo (cor da chapa da situação) no Pacaembu. Mas no caso do Rogério, nem crítica merece, porque é nosso ídolo maior. Jogador tem que ir lá, ir em busca do centésimo gol. Nesse momento político, dar palpite é inconveniente, até para ele.





Fonte: Terra

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