Músicos acusam Orquestra Sinfônica Brasileira de assédio moral
Os músicos da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) pretendem processar a direção da Fundação OSB por assédio moral.
A acusação se baseia em um documento "bastante duro", segundo os músicos, recebido após a decisão do grupo de não comparecer a avaliações técnicas marcadas pelo maestro e diretor técnico Roberto Minczuk.
Nele, a direção da OSB afirma que a ausência no teste pode causar rompimento do contrato de trabalho. Apresenta ainda um programa de demissão voluntária.
Em janeiro, os 82 integrantes da orquestra receberam um comunicado informando que em 60 dias seriam avaliados internamente, fato inédito na história da orquestra.
A realização de testes internos é rara e acontece em momentos de reformulação profunda de uma orquestra, a exemplo da reforma da Osesp, feita por John Neschling em 1997.
Em reunião no Sindicato dos Músicos do Estado do Rio, da qual participaram 58 dos 82 músicos, 56 decidiram não participar do teste. Eles afirmam não ser possível avaliá-los com base em um desempenho de 30 minutos.
"Discordamos do modo autoritário como a administração nos trata, rasgando o estatuto da Fundação", disse Luzer Machtyngier, presidente da comissão de músicos da OSB.
FASE
Em nota, o presidente da Fundação OSB, Eleazar de Carvalho Filho, disse que a avaliação dos músicos faz parte de uma nova fase da orquestra, que terá "condições excepcionais de trabalho e novas bases de remuneração equiparadas às da Osesp".
A proposta de avaliação partiu do regente e diretor-artístico Roberto Minczuk.
O maestro se encontra no Canadá, onde é diretor da Orquestra Filarmônica de Calgary. Procurado por e-mail, não respondeu à solicitação da Folha.
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