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Internacional
Quinta - 24 de Fevereiro de 2011 às 23:44

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A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, revelou nesta sexta-feira que recebeu informações indicando que "milhares de pessoas podem ter sido assassinadas ou feridas" durante a repressão contra o levantamento popular na Líbia.

A violência usada pelo Governo em resposta à revolta civil segue aumentando, disse a alta funcionária, que mencionou dados sobre "massacres, detenções arbitrárias e torturas" contra manifestantes.

Com a denúncia, Navi Pillay abriu uma sessão especial do Conselho de Direitos Humanos da ONU, em reunião de urgência em Genebra para avaliar as medidas que pode tomar diante das violações dos direitos humanos na Líbia.

"As forças líbias estão atacando manifestantes e transeuntes, bloqueando bairros e disparando a partir do teto. Também bloqueiam ambulâncias para que os feridos e mortos sejam abandonados nas ruas", relatou a alta comissária em seu discurso.

Acrescentou que a partir dos hospitais chegam relatos de que "a maioria de vítimas mostram disparos na cabeça, no peito e na nuca, o que sugere execuções sumárias".

No entanto, "os médicos estão tentando conduzir a situação, enquanto as reservas de sangue e remédios para tratar os feridos se esgotam".

Após esse dramático relato, Pillay disse que várias fontes apontam que nos assassinatos participam milicianos estrangeiros, que continuariam chegando à Líbia "fortemente armados pelo Governo para reprimir os protestos".

Como consequência, alguns líbios atacam imigrantes e refugiados de outros países africanos diante da suspeita de que possam ser mercenários contratados pelo regime de Muammar Kadafi.

A alta comissária respondeu a mais recente acusação de Kadafi no sentido de que os manifestantes líbios estariam manipulados pela organização terrorista Al Qaeda.

"Longe de serem manipulados por forças externas, os protestos (da população) são uma demonstração do poder do povo, do exercício da democracia direta que merece o respeito e o apoio internacional".

Lembrou que os ataques e atrocidades podem constituir crimes contra a humanidade.

Pillay se dirigiu concretamente à "Tunísia, Egito, Itália e Malta", aos que pediu manter as fronteiras abertas e garantirem que os refugiados da Líbia são recebidos e tratados humanamente.

 





Fonte: EFE

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