Repórter News - reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 24 de Fevereiro de 2011 às 21:50

    Imprimir


A ministra das Relações Exteriores francesa, Michèle Alliot-Marie, disse nesta sexta-feira que espera uma "resolução firme" do Conselho de Segurança da ONU com relação à Líbia, ressaltando que a proposta franco-britânica é que inclua "o embargo de armas, sanções e o recurso ao Tribunal Penal Internacional (TPI)".

"Quero que possa haver uma resolução firme", disse a ministra em entrevista à emissora France Info. Questionada sobre a possibilidade de proibir os voos no espaço aéreo líbio para que Muammar Kadafi não possa utilizar os aviões para bombardear seus opositores, a ministra francesa se mostrou prudente. "Primeiro é preciso ver as condições, porque antes é preciso proceder às evacuações de estrangeiros. Depois se verá", acrescentou.

A titular das Relações Exteriores francesa justificou o recurso ao TPI porque "a situação é particularmente dramática", especialmente após "as chamadas ao assassinato" lançadas por Kadafi.

Além disso, Michèle disse que, embora as informações cheguem com dificuldade, "tudo indica que há várias centenas" de mortos em consequência da repressão dos protestos contra o regime do líder líbio.

Líbios enfrentam repressão e desafiam Kadafi
Impulsionada pela derrocada dos presidentes da Tunísia e do Egito, a população da Líbia iniciou protestos contra o líder Muammar Kadafi, que comanda o país desde 1969. As manifestações começaram a tomar vulto no dia 17 de fevereiro, e, em poucos dias, ao menos a capital Trípoli e as cidades de Benghazi e Tobruk já haviam se tornado palco de confrontos entre manifestantes e o exército.

Os relatos vindos do país não são precisos, mas tudo leva a crer que a onda de protestos nas ruas líbias já é bem mais violenta que as que derrubaram o tunisiano Ben Ali e o egípcio Mubarak. A população tem enfrentado uma dura repressão das forças armadas comandas por Kadafi. Há informações de que aeronáutica líbia teria bombardeado grupos de manifestantes em Trípoli. Estima-se que centenas de pessoas, entre manifestantes e policiais, tenham morrido.

Além da repressão, o governo líbio reagiu através dos pronunciamentos de Saif al-Islam , filho de Kadafi, que foi à TV acusar os protestos de um complô para dividir a Líbia, e do próprio Kadafi, que, também pela televisão, esbravejou durante mais de uma hora, xingando os contestadores de suas quatro décadas de governo centralizado e ameaçando-os de morte.

Além do clamor das ruas, a pressão política também cresce contra o coronel Kadafi. Internamente, um ministro líbio renunciou e pediu que as Forças Armadas se unissem à população. Vários embaixadores líbios também pediram renúncia ou, ao menos, teceram duras críticas à repressão. Além disso, o Conselho de Segurança das Nações Unidas fez reuniões emergenciais, nas quais responsabilizou Kadafi pelas mortes e indicou que a chacina na Líbia pode configurar um crime contra a humanidade.





Fonte: EFE

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/101016/visualizar/