Taxa de juros volta ao maior nível desde maio de 2009

A taxa média de juros nas operações de crédito teve "expressiva elevação" em janeiro, segundo o Banco Central, e voltou ao maior nível desde maio de 2009.

De acordo com levantamento da instituição, os juros passaram de 35% em dezembro para 37,4% ao ano em janeiro, reflexo das medidas adotadas desde o final do ano passado para frear a expansão do crédito e conter a alta da inflação.

A taxa média para o consumidor subiu de 40,6% para 43,8% ao ano, a maior desde outubro de 2009. Para as empresas, passou de 27,9% para 29,3% ao ano, mais alta desde fevereiro daquele mesmo ano.

A inadimplência também voltou a subir, de 4,5% para 4,6%. Apesar de ter ficado estável na pessoa física (5,7%), subiu para as empresas (3,6%).

Segundo o BC, também houve "forte retração nas concessões" de novos empréstimos, com queda de 7,3% para pessoa física e de 11,3% na jurídica, considerando o crédito livre, que exclui os financiamentos subsidiados (imobiliário, BNDES e rural).

A relação crédito/PIB caiu de 46,7% para 46,5%, devido ao pequeno crescimento no total de dívidas (0,5%), para R$ 1,7 trilhão.

VEÍCULOS

No mês passado, houve queda de 33,5% nas concessões de financiamento de veículos e de 10,2% no crédito pessoal.

A maior alta dos juros foi do crédito pessoal, que passou de 44,1% para 48,3% ao ano. Nos veículos, subiu de 25,2% para 27,2% ao ano. No cheque especial, de 170,7% para 172,6% ao ano.

Os juros do crédito com desconto em folha também subiram, de 27,5% para 28,3% ao ano. As concessões desses empréstimos recuaram 19% no mês.

A alta dos juros foi puxada pelo "spread" bancário, que inclui despesas, ganhos e riscos dos bancos, que subiu 2,1 pontos percentuais, para 25,6 pp. O custo de captação dos bancos avançou 0,3 ponto.