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Nacional
Quinta - 24 de Fevereiro de 2011 às 10:45

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O primeiro grupo de brasileiros que foram retirados da Líbia chegou no início da manhã desta quinta-feira ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, relatando que não tiveram problemas no retorno ao país.

Os brasileiros --quatro no total-- chegaram em dois voos da companhia aérea TAP, segundo a emissora de rádio CBN, que fizeram escala em Lisboa. Os governos brasileiro e português fizeram um acordo para retirar funcionários da empresa Andrade Gutierrez que trabalhavam em território líbio.

Apenas um dos quatro brasileiros conversou com a imprensa na chegada a São Paulo. O engenheiro que se identificou como José Geraldo disse que o grupo não teve problemas no retorno, mesmo o aeroporto líbio estando lotado.

Ele afirmou ainda à CBN não ter visto os conflitos entre forças leais ao ditador líbio, Muammar Gaddafi, e manifestantes que pedem a queda de seu regime.

"Não é onde a gente estava, por isso eu não posso falar nada", afirmou, antes de seguir para Belo Horizonte, de onde é natural. José Geraldo estava havia três anos na Líbia e, apesar de dizer que é sempre bom voltar ao Brasil, não quis descartar a possibilidade de um dia, retornar à Líbia para trabalhar.

Na quarta-feira, o Itamaraty confirmou que um barco com outros brasileiros, pago pela construtora Queiroz Galvão, havia deixado o porto de Pireu, em Atenas (Grécia), rumo à cidade de Benghazi, para resgatar "um grupo de 148 brasileiros e cidadãos de outras nacionalidades" que aguardam para serem retirados da Líbia. O barco deve levá-los até a ilha de Malta (país que integra a União Europeia).

O governo brasileiro informou ainda que voos fretados devem ocorrer para retirar o restante da comunidade estimada em 600 brasileiros que ainda aguardam para deixar o país.

"Foram obtidas junto às autoridades líbias as autorizações necessárias para a aterrissagem, no aeroporto de Trípoli, de cinco voos fretados pelas empresas para o embarque de seus funcionários, hoje [quarta] e amanhã [quinta]", diz a nota.

Até terça-feira (22) havia discrepância quanto ao número de passageiros que deveriam ser trazidos neste barco. O Itamaraty chegou a informar que eram 183, mas nesta quarta confirmou tratar-se de um grupo de 148 pessoas.

Apesar de o comunicado do Itamaraty não especificar as empresas, na terça-feira a assessoria de imprensa do órgão informou à Folha por telefone que o barco em questão havia sido financiado pela empreiteira Queiroz Galvão, e até o momento sabe-se que a Odebrecht e a Petrobras também estudavam opções para retirar seus funcionários da Líbia.

O Brasil até o momento não manifestou intenção de pagar pelo resgate de seus cidadãos na Líbia mas vem prestando auxílio junto ao governo líbio para obter as autorizações de atracação e aterrissagem às embarcações e aeronaves fretadas pela iniciativa privada.

"O Ministério das Relações Exteriores, por intermédio da Embaixada do Brasil na Líbia, e em estreita coordenação com as empresas brasileiras com funcionários na Líbia, continua trabalhando para viabilizar, no menor tempo possível, a evacuação de cidadãos brasileiros que se encontram nas cidades de Trípoli e Bengazi", reitera o comunicado divulgado na noite desta quarta-feira.

Os telefones de contato da Embaixada do Brasil em Trípoli são: 00xx218 (91) 881-2437 ou 729-3460 ou 322-3151.






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