MG: PMs suspeitos de matar 2 pessoas em favela são presos
A Corregedoria de Polícia Militar de Minas Gerais informou que os quatro policiais militares do batalhão Rotam suspeitos de matar duas pessoas no Aglomerado da Serra, região centro-sul de Belo Horizonte, foram presos na tarde desta quarta-feira.
A Justiça Militar acatou pedido do presidente do inquérito policial militar (IPM), coronel Rinaldo Azevedo. Os militares foram detidos depois de prestarem depoimento na corregedoria da corporação. O sargento e os três soldados suspeitos ficarão à disposição da Justiça em quartéis de Belo Horizonte. Eles já estavam afastados desde segunda-feira, quando passaram a exercer serviços administrativos.
O enfermeiro Renilson Veriano da Silva, 39 anos, e o sobrinho dele, Jeferson Coelho da Silva, 17 anos, foram mortos a tiros de fuzis na madrugada do ultimo sábado. Os quatro militares suspeitos da execução alegaram que foram surpreendidos por um grupo armado composto por cerca de 15 pessoas que usavam fardas da PM. No boletim de ocorrência registrado pelos próprios PMs, foi relatado que o grupo atirou contra a viatura. Os militares teriam reagido e acertado as duas vítimas, que, ainda segundo os policiais, não estavam vestidos com as fardas, mas estavam com as roupas debaixo do braço.
Testemunhas que depuseram na delegacia que investiga as mortes contradisseram os militares. Uma mulher que teria visto a execução afirmou que os dois foram baleados quando já estavam dominados e deitados no chão.
Revoltados com o crime, moradores do Aglomerado da Serra, a maior favela de Belo Horizonte, com cerca de 50 mil habitantes, promoveram manifestações e enfrentaram a PM no sábado e domingo. Três ônibus foram queimados e seis pessoas presas nos protestos.
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