Israel permite que 300 palestinos retornem da Líbia
Trezentos palestinos que estavam na Líbia receberam autorização de Israel para regressar aos territórios ocupados, anunciou o premiê israelense Binyamin Netanyahu nesta quarta-feira, revelando tratar-se de um pedido direto de Mahmoud Abbas, presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina).
"Devido à situação atual de violência na Líbia recebi um pedido pessoal do presidente Abbas, para que Israel permitisse que um grupo de palestinos deixasse a Líbia e entrassem em territórios palestinos, e por isso Israel vai dar autorização a 300 palestinos para entrar nas áreas palestinas", disse o premiê.
Netanyahu classificou ainda a medida como um "gesto humanitário" já que os palestinos estavam "sob ameaça".
O destaque à medida chega como uma manobra do premiê em meio ao estagnado processo de paz que na última sexta-feira (18) sofreu mais um entrave, quando os EUA vetaram no Conselho de Segurança das Nações Unidas uma medida que condenaria a expansão dos assentamentos israelenses em territórios ocupados --o texto foi copatrocinado pelo Brasil, que votou a favor da resolução.
As obras são consideradas ilegais pelo direito internacional.
VOTAÇÃO
Os Estados Unidos votaram contra uma resolução apreciada no dia 18 pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas que poderia condenar a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental. Dos 15 votos, 14 foram a favor, incluindo o do Brasil, que no momento detém a presidência rotativa do órgão.
Para ter validade a medida precisava de todos os votos dos países que integram o Conselho, e caso tivesse sido aprovada, reforçaria o caráter ilegal da expansão dos assentamentos nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental, determinando ao governo israelense a interrupção imediata das obras.
Analistas estimam que a decisão do governo do presidente Barack Obama deve irritar países árabes, a ANP (Autoridade Nacional Palestina) e defensores da causa palestina ao redor do mundo.
O veto à medida deve também acentuar as dificuldades das negociações do processo de paz entre israelenses e palestinos, atualmente paralisado.
Para os palestinos a interrupção da expansão dos assentamentos é uma condição para que as negociações de paz sejam retomadas.
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