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Internacional
Quarta - 23 de Fevereiro de 2011 às 16:40

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Um avião da Libyan Arab Airlines não recebeu permissão para pousar no aeroporto internacional de Malta e voltou para a Líbia nesta quarta-feira, informaram fontes aeroportuárias.

O avião, um turbo-hélice ATR42, viajou para Malta sem aviso prévio e o piloto deu detalhes de um voo que deveria ter pousado no local na terça-feira, quando foi questionado pelas autoridades sobre a autorização para pousar, disseram as fontes.

A permissão foi recusada e, depois de circundar o espaço aéreo por 20 minutos tentando reverter a decisão, o piloto resolveu retornar à Líbia.

Segundo as fontes, não ficou claro quem estava no voo. No entanto, a TV Al Jazeera em Malta informou que um avião civil que não recebeu permissão para pousar e retornou à Líbia estaria supostamente transportando a filha do ditador líbio, Muammar Gaddafi.

Soldados malteses foram vistos entrando no aeroporto quando o avião da Libyan Arab Airlines se aproximou.

Tropas ainda estavam protegendo dois caças Mirage da Força Aérea Líbia, cujos pilotos desertaram para Malta na segunda-feira (21) dizendo que receberam ordens para bombardear manifestantes oposicionistas na cidade líbia de Benghazi.

Os pilotos, ambos coronéis, estavam detidos. Um deles pediu asilo político.

O governo de quatro décadas de Gaddafi tem sido abalado por protestos violentos, que começaram no leste do país na semana passada e chegaram à capital Trípoli na segunda-feira. Moradores locais dizem que a região leste já está fora do controle de Gaddafi há alguns dias.

MORTOS

Ao menos 640 pessoas morreram na Líbia nos protestos contra o regime do ditador Muammar Gaddafi desde 14 de fevereiro, anunciou nesta quarta-feira a Federação Internacional para os Direitos Humanos (FIDH).

O número representa mais que o dobro do balanço oficial do governo líbio de 300 mortos. A FIDH menciona 275 mortos em Trípoli e 230 na cidade de Benghazi, epicentro dos protestos.

Intensos tiroteios foram registrados nesta quarta-feira em Trípoli, enquanto forças leais a Gaddafi apertam o cerco na capital do país. Manifestantes antigoverno também dizem terem assumido o controle de diversas cidades, um dia depois de o mandatário ter afirmado, em discurso, que morrerá em solo líbio como "mártir".

Enquanto moradores de cidades na região leste do país celebravam, levantando bandeiras da antiga monarquia, o clima em Trípoli era de desânimo. Habitantes estavam com medo de sair de casa, afirmando que forças pró-Gaddafi estavam abrindo fogo aleatoriamente nas ruas.

A indignação internacional aumentou um dia depois de o ditador ter prometido defender seu regime e pedir para partidários que reprimam os manifestantes de oposição. Mesmo antes da ameaça, a retaliação de Gaddafi já era a mais forte no mundo árabe, desde que começaram a tomar as ruas revoltas antigoverno no Oriente Médio.






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