PF localiza ossadas que podem ser de desaparecidos da ditadura
Peritos da Polícia Federal e do IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo retiraram ontem ossadas do cemitério de Vila Formosa durante busca pelos restos mortais de Virgílio Gomes da Silva, militante de esquerda vítima da ditadura militar (1964-1985).
Ossos de quatro pessoas foram exumados após escavações em três níveis de uma sepultura do cemitério.
Entre eles foi possível identificar restos mortais de uma mulher, segundo Jeferson Evangelista Corrêa, chefe de medicina forense do INC (Instituto Nacional de Criminalística da PF).
Corrêa afirmou que pelo menos mais uma sepultura ainda será escavada no local. Os peritos delimitaram uma área de buscas de cerca de 100 m2, depois de análise de fotos aéreas, mapas e registros antigos do cemitério.
As ossadas recolhidas em Vila Formosa passarão por exames, como análises de arcadas dentárias e de dimensões de ossos, em uma base instalada pelos peritos no IML da capital.
O trabalho de ontem foi acompanhado pela viúva de Virgílio, Ilda Martins da Silva, e um dos filhos dele, Virgílio Gomes da Silva Filho.
"Tenho esperança de que encontrem ele ou outros, já que muitos companheiros foram enterrados aqui. Essa esperança já dura 41 anos, desde que mataram ele. Mas não me conformo com o fato de ele ter sido enterrado como indigente", disse Ilda.
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