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Nacional
Segunda - 09 de Setembro de 2013 às 01:41

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Ainda em meio à crise diplomática aberta após a divulgação de que a presidente Dilma Rousseff foi espionada, papéis da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) indicam que a Petrobrás também foi alvo dos americanos, deste vez de espionagem comercial.



 
Os documentos secretos vazados pelo antigo analista da NSA, Edward Snowden, foram revelados em reportagem do programa Fantástico, da TV Globo.



 
A tecnologia envolvendo a exploração em alta profundidade na camada pré-sal poderia ser o alvo da espionagem, segundo a reportagem. Consultada, a Petrobrás disse que não fará comentários.



 
O nome da Petrobrás aparece em um documento usado em um treinamento de agentes da NSA, sempre segundo a reportagem.



 
O documento treina os agentes a como acessar a rede privadas de instituições variadas como Petrobrás, o ministério das Relações Exteriores da França, o Google e a rede Swift, que reúne vários bancos.


 
Os papeis foram consultados pelo jornalista americano Glenn Greenwald, autor das reportagens divulgando o escândalo da NSA desde maio.


 
Greenwald diz que "ninguém tem dúvidas que os Estados Unidos têm direito de fazer espionagem para proteger a segurança nacional". Mas critica a espionagem de indivíduos e empresas que não "não tem nada com terrorismo".


 
A reportagem revela ainda que os Estados Unidos agem com a colaboração da inteligência do Reino Unido, do Canadá, da Austrália e da Nova Zelândia.


 
O treinamento explica como desviar dados de redes privadas durante a transmissão das informações.


 
O interesse dos americanos seria a tecnologia envolvendo a exploração em águas profundas da camada pré-sal. O governo prepara paras as próximas semanas o leilão do mega campo de Libra.


 
Segundo a reportagem, não se sabe se os dados da Petrobrás foram realmente vasculhados e qual é o alcance da espionagem.


 
Choque diplomático


 
No último domingo, outra reportagem mostrou que a presidente Dilma Rousseff e seus principais assessores também foram monitoradoes pela agência. A revelação teve reação imediata em Brasília.
 
 
O presidente do México, Enrique Peña Nieto, também foi alvo de espionagem, segundo os documentos.


 
O governo convocou o embaixador americano, Thomas Shannon, a prestar explicações na segunda-feira. Dilma ameaçou cancelar sua ida aos Estados Unidos no próximo mês de outubro.


 
A visita de Estado (a única a ser organizada pela Casa Branca neste ano) era vista como uma oportunidade para reaproximar Brasil e Estados Unidos, cuja relação teve momentos de estremecimento nos últimos anos.


 
Dilma tratou do tema diretamente com Barack Obama na sexta-feira, durante o encontro do G20 (grupo das 20 maiores econômias) em São Petesburgo, na Rússia.


 
"Eles vão me informar o tamanho do rombo", disse Dilma. "Quero saber tudo o que há sobre o Brasil. Acho complicado ficar sabendo dessas coisas pelos jornais."


 
Obama pediu até quarta-feira para apresentar explicações ao governo brasileiro, segundo Dilma.


 
O presidente americano disse levar as alegações de espionagem "muito a sério", que vai trabalhar com os governos de Brasil e México para "resolver essa fonte de tensão" e que considera "dar um passo atrás e rever" o trabalho dos serviços de inteligência dos EUA.


 
Caso Snowden


 
A espionagem envolvendo a Petrobrás é o mais novo capítulo do caso que envolve os documentos secretos vazados em maio deste ano pelo antigo analista da NSA, Edward Snowden.


 
Os documentos mostram que a inteligência americana monitora mensagens de e-mail, skype e todo tipo de informação trocada em redes sociais e na internet, invadindo a privacidade e ferindo liberdades individuais de cidadãos em todo o mundo.


 
As revelações causaram mal estar diplomático em capitais de países aliados aos Estados Unidos. Os documentos foram vazados por Snowden ao repórter do jornal britânico The Guardian, Glen Greenwald.


 
O primeiro atrito com o governo brasileiro se deu quando o companheiro de Greenwald, David Miranda, ficou detido por nove horas no aeroporto de Heathrow, em Londres, com base em uma lei antiterror.


 
Segundo a polícia britânica, Miranda transportava outros documentos secretos.


 
Snowden está atualmente asilado na Rússia. Ele passou mais de um mês na área de trânsito do aeroporto de Moscou, enquanto as autoridades americanas tentavam prendê-lo.





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