Defesa alega que morte de guru americano foi suicídio assistido
Um homem sem-teto acusado pelo assassinato de um guru motivacional em Nova York em 2009 quer ser absolvido ou receber uma pena reduzida após alegar ter sido usado pela vítima em um plano de suicídio assistido.
Kenneth Minor, 38, vem alegando desde sua prisão que Jeffrey Locker o teria abordado na rua e pedido para que o matasse a facadas para que sua família pudesse receber o dinheiro de um seguro milionário.
Locker, 52, foi encontrado com as mãos atadas às costas e morto a facadas em seu carro, no bairro do Harlem, em julho de 2009.
Minor alega que não conhecia Locker e que o ajudou por ter sentido "pena" dele por causa de seu desespero.
Segundo ele, Locker teria lhe contado ter pedido a outras pessoas que o matassem, sem sucesso, e lhe ofereceu seus cartões de crédito e de débito para ajudá-lo.
O acusado admite ter amarrado as mãos do guru e ter segurado uma faca para que ele se esfaqueasse repetidamente dentro do carro.
Minor acabou sendo preso logo após a morte de Locker por sacar US$ 1.000 em um caixa automático com o cartão da vítima.
MOTIVAÇÃO FINANCEIRA
Evidências relatadas no início do julgamento de Minor, na semana passada, indicam que Locker poderia ter uma motivação financeira para se suicidar, por estar endividado.
Além disso, ele teria feito vários seguros de vida, no valor total de US$ 14 milhões, e mudou seus beneficiários pouco antes de morrer. Ele também teria pesquisado sobre funerais no mesmo período.
Segundo a descrição feita pelo próprio Locker no site que mantinha para divulgar seu trabalho, ele era especializado em "trazer a espiritualidade ao mundo dos negócios", com seminários sobre como lidar com o estresse e a frustração no local de trabalho.
Ele também tinha publicado em livro de auto-ajuda em 1998.
Mas ele passava por dificuldades financeiras após perder dinheiro em um golpe financeiro e enfrentava um processo de falência por uma dívida de mais de US$ 120 mil.
Por conta das dúvidas sobre as circunstâncias da morte de Locker, até hoje sua família não recebeu o dinheiro de seus seguros de vida.
O caso vem levantando discussões nos Estados Unidos sobre os limites do suicídio assistido.
Em casos anteriores, réus que alegaram ter auxiliado outras pessoas a se suicidar já tiveram redução nas penas por homicídio em julgamentos nos Estados Unidos, mas esta é a primeira vez que a alegação é feita em um caso que não envolve uma vítima em estado de saúde terminal.
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