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Cidades/Geral
Segunda - 21 de Fevereiro de 2011 às 06:25
Por: Alline Marques

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Usuário cheirando cola a luz do dia em CuiabáA internauta A.J.B. está cansada do descaso do poder público e omissão das autoridades no que diz respeito ao tratamento dos dependentes químicos no estado, que sequer possui uma clínica de recuperação. Ela sofre com o problema na família, já que seu sobrinho possui dependência, e flagrou cenas que já fazem parte do cotidiano da população: um usuário cheirando cola a luz do dia.

O estado não possui nenhuma clínica de reabilitação, sendo o hospital Adauto Botelho único lugar que aceita dependentes químicos, no entanto, somente por meio de decisão judicial. Outro detalhe, é que a unidade hospitalar trata-se de pacientes com doenças mentais e não possui o tratamento adequado para usuários.

A.J.B. conta, no email enviado para o Eu Repórter, que seu sobrinho fugiu do hospital Adauto Botelho e a família sequer foi comunicada. Os parentes do garoto só ficaram sabendo quando foram visitá-lo. “Indagamos a funcionária e ela disse que esta lá pra cuidar do patrimônio. Onde fica o direito do ser humano sendo que ele nem ao menos tem o direito de ser tratado do seu vício”, descreveu.

A internauta conta também que já buscou outros órgãos como o Centro de Atenção Psicossocial (Caps) e o Núcleo Psicossocial do Juizado Especial Criminal de Cuiabá (Nups), mas não obteve êxito.

“O reflexo desta negligência do Estado é vivenciado no dia a dia de boa parte de brasileiros. A famí¬lia sofre com ameaças, palavras de baixo calão. Eles (usuários) furtam e cometem diversos crimes com o intuito de angariar dinheiro ou objetos para serem trocados por drogas ilícitas”, relata o drama que vive famílias com dependentes químicos.

Ela destaca ainda que a maioria dos centros terapêuticos disponibilizados para o tratamento de drogados está relacionada à igreja, mas sofrem com a falta de apoio e acaba ofertando uma terapia deficitária. “A maioria dos “Centros Terapêuticos” disponibiliza um tratamento deficitário, baseado na crença da força divina (não que não seja importante), mas esquecem de que os dependentes quí¬micos possuem em seu organismo uma química, necessitando, dessa forma, de tratamento especializado, com acompanhamentos médicos, psicológicos e outros”, ressalta.

A internauta solicita a intervenção do Ministério Público do Estado (MPE) e de outros órgãos competentes a intervenção junto ao Estado para garantir uma solução aos dependentes químicos.

“Desculpe-me pelo desabafo, mas já não suporto mais ver tantos jovens perdido neste mundo da droga. Famí¬lias sofrendo em buscas de atendimento de um órgão que realmente funcione. Quero salientar que todos os dias nos deparamos com um ser humano excluí¬do da sociedade, não porque quer, mas porque o estado não dá oportunidade de ser tratado. Sem mais, agradeço pela atenção, pois a cada dia que passa meu sobrinho esta afundando nas drogas. Não aguento mais sofrer vendo ele deste jeito e tantos outros na mesma situação”, finaliza.

Vale ressaltar que o usuário é o grande financiador do tráfico, que mata milhares de jovens no país. O curioso é também a omissão das policias, que muitas vezes sabem do funcionamento das bocas de fumo, mas nada fazem.

Além disso, o poder público precisa tirar a venda dos olhos e olhar pelas ruas, pois é comum se deparar com usuários fazendo uso de drogas por todo lugar. No centro de Cuiabá, próximo a sede da Secretaria de Estado de Turismo (Sedtur) funciona um dos principais pontos de uso de entorpecente, o beco do candieiro, onde ocorreu uma chacina no ano de 1998.

Em Várzea Grande, na região conhecida como zero, as drogas ‘rolam’ solto. Além da prostituição e é comum ver viaturas da polícia pela região, mas de nada adianta. É lamentável um estado que se prepara para receber uma Copa do Mundo e cresce assustadoramente na economia ter problemas sociais graves como este sem solução.






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