Nas cobranças que decidiram o primeiro finalista do primeiro turno do Campeonato Carioca, Conca abriu a série pelo Tricolor e errou de cara. Thiago defendeu a batida do craque do Brasileirão passado. O time da Região dos Lagos converteu suas quatro tentativas e, com a falha de Rodriguinho, que também parou no arqueiro adversário, avançou sem precisar sequer bater sua última penalidade.
Surpresa da Taça Guanabara, o time dirigido por Alfredo Sampaio aguarda agora o vencedor da outra semifinal, neste domingo, entre Flamengo e Botafogo, também no Engenhão. A decisão da Taça Guanabara está marcada para o dia 27, no mesmo local. Já o Tricolor segue seu jejum no primeiro turno: a última vez que conquistou esse título foi em 1993.
O Fluminense vai sob pressão para a Libertadores. Na próxima quarta-feira, enfrenta o Nacional do Uruguai no Engenhão, às 21h50m (de Brasília), pela segunda rodada do Grupo 3. Após o empate na estreia, contra o Argentino Juniors em casa, um novo tropeço deixaria o time em situação complicada. Fred, que foi substituído no intervalo neste sábado por sentir dores na panturrilha, não preocupa, segundo o departamento médico do clube.
Bolas paradas são decisivas
Apoiado por sua torcida, o Fluminense começou a partida indo para cima do adversário, que, ao contrário do que poderia se supor, não se limitou a defender. A aposta do Boavista era o contra-ataque. Mas, logo aos oito minutos, o Tricolor saiu na frente. Rafael Moura foi derrubado perto da entrada da área. Fred correu para a bola, mas foi Marquinho quem fez a cobrança. Perfeita, sem chance para o goleiro Thiago. A bola bateu no travessão e quicou dentro do gol: 1 a 0.
Mas a impressão de que o atual campeão nacional teria vida fácil no Engenhão rapidamente se dissipou. Aos 11 minutos, depois de cobrança de falta ensaiada, Tony acertou uma bomba no canto direito superior. Ricardo Berna pulou, mas não conseguiu alcançar: 1 a 1. A igualdade mexeu com o time tricolor, que abusou das jogadas pelo meio e teve muita dificuldade para superar a defesa do adversário, que passou a adotar uma postura mais cautelosa, esperando o rival.
Apesar de ainda mostrar desorganização, o Fluminense, de tanto insistir, conseguiu voltar a comandar o marcador. Aos 37 minutos, Conca fez cobrança de falta sobre a área. Rafael Moura conseguiu evitar a saída pela linha de fundo, tocando para o meio da área, e Fred, livre de marcação, não teve dificuldade para, de cabeça, mandar a bola para a rede: 2 a 1. Foi a nona vez que o artilheiro do Carioca marcou na competição.
Boavista empata e complica a vida do Flu
Apesar de o Tricolor estar em vantagem, na volta para o segundo tempo pairava no Engenhão o clima de incerteza por causa do equilíbrio na partida. E também um ambiente de preocupação pela ausência de Fred, substituído por Souza. O atacante saiu sentindo dores na panturrilha esquerda. A apreensão do Flu logo ganhou um motivo mais concreto. Aos nove minutos, Leandro Chaves levou a bola até a linha de fundo pelo lado esquerdo e cruzou para André Luis, que, diante da indecisão da zaga tricolor, completou para o gol: 2 a 2.
André Luis aproveitou a indecisão da defesa tricolor e empatou o jogo no 2º tempo (Foto: Ivo Gonzalez /Globo)
A nova igualdade acabou de vez com a paciência dos torcedores tricolores, incomodados com a dificuldade do time de se impor em campo. Logo depois de levar o gol, o Flu levou outro susto, novamente com André Luis, que se livrou de Carlinhos e arriscou um chute de fora da área. A bola pegou na rede pelo lado de fora.
Passados os sustos, o Fluminense melhorou na partida. A equipe colocou a bola no chão e pressionou o Boavista. Souza, em chute de fora da área, e Conca, em cobrança de falta, incomodaram o adversário. Porém, em um novo contra-ataque, foi o time de Saquarema que quase marcou. Aos 32 minutos, Leandro Chaves entrou na área e, em um lance duvidoso, caiu na área após choque com Gum. O árbitro Wagner do Nascimento Magalhães mandou o lance seguir.
Muricy decidiu voltar a ter dois atacantes em campo, escalando Rodriguinho no lugar de Marquinho. O Flu passou a ameaçar mais o gol adversário. Rafael Moura quase marcou após cruzamento de Mariano, mas errou o alvo por pouco. O atacante chegou perto novamente aos 43, após dominar a bola no peito e chutar forte de virada, mas o goleiro Thiago defendeu. O nervosismo em campo e nas arquibancadas imperou até o fim, e a definição do finalista ficou para os pênaltis.
Nas penalidades máximas, o Flu ficou em desvantagem logo na primeira sequência. Paulo Rodrigues marcou para o Boavista, mas Conca mandou a bola no meio do gol e parou no goleiro Thiago - que se adiantou na cobrança. O time de Saquarema converteu os seus três pênaltis seguintes (com Tony, Frontini e Edu Pina). Rafael Moura e Souza marcaram para o Tricolor, mas a esperança da torcida do Flu terminou quando Rodriguinho errou a quarta cobrança. A defesa de Thiago encerrou o jogo e iniciou a festa dos jogadores da surpresa do Carioca-2011.
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