Mesmo com automatização dos cadastros, estudantes que vão tirar carteira pela primeira vez ainda enfrentam morosidade do serviço no setor
Usuários ainda enfrentam filas na MTU
Alunos que precisam retirar o cartão do passe-livre pela primeira vez enfrentam filas na Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU), no Centro de Cuiabá. Poucos atendentes e, consequentemente, a demora na análise da documentação são os principais motivos apontados por quem procura a MTU como causa do problema.
“Tem muita gente e o atendimento está precário, só têm três funcionários para atender”, afirmou o advogado Márcio Frederico Arruda, 24 anos, que acompanhava a namorada que, por sua vez, estava na fila para entregar a papelada necessária para que a irmã, Yasmin, de 10 anos, obtivesse o cartão.
Arruda garantiu que eles chegaram à sede da Associação por volta das 7h30 da manhã. “Já são 9h30 e até agora ela ainda está na fila. A análise dos documentos é muito demorada”, comentou. Na fila havia aproximadamente 50 pessoas.
Quem também reclamou da demora foi a mãe da estudante Leandra, de 9 anos, Antônia Gomes, 34 anos. “Estou aguardando há pelo menos 30 minutos. Não é porque é gratuito que tem que haver esse descaso”, criticou.
Por meio da assessoria de imprensa, a MTU rebateu a reclamação de que o tempo de espera ultrapasse 20 minutos, o que ocorre também por que é preciso tirar fotografia. Em média, a MTU atende cerca de 300 pessoas por dia.
A assessoria informou ainda que hoje não é mais necessário ir até a sede da Associação para validar o cartão, o que pode ser feito nos próprios ônibus.
Além disso, o formulário para cadastramento está disponível no site www.amtu.com.br. Os estudantes que não possuem o cartão do passe-livre devem retirar o formulário e levá-lo preenchido e assinado pelo diretor até a MTU, além do RG, CPF ou certidão de nascimento e comprovante de residência.
Em dezembro do ano passado, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos (SMTU) também fez o encaminhamento de ofícios para todas as escolas das redes municipal, estadual e particulares da Capital para que atualizassem as informações de seu banco de dados e as enviassem ao órgão municipal e à MTU a relação dos estudantes ativos ou beneficiados com o passe-livre. O não-encaminhamento implicaria no não atendimento do aluno.
No documento enviado às unidades, o secretário da SMTU, Edivá Alves, observou que, em 2010, foram verificadas irregularidades como funcionários efetuando recarga a estudantes não-frequentes às aulas, falsificação de cadastros, informações extracurriculares inexistentes, declaração inverídica de estagiários, entre outras.
Alves observou ainda que o benefício visa contribuir com a frequência escolar e com a redução da evasão. Porém, há um custo elevado aos cofres do Executivo municipal, pois 50% do valor são pagos às empresas pela prefeitura. “Considerando uma média de 35 mil alunos-dia e uma passagem de R$ 2,50, com um ano letivo de 200 dias, contabilizaremos R$ 8,75 milhões ao ano”.
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