Rio-2016 corre risco de falta de água
De olho no crescimento da demanda de visitantes no Rio de Janeiro por conta da Copa de 2014 e da Olimpíada de 2016, o governo federal e o governo do Estado discutem propostas para evitar desabastecimento de água na região metropolitana.
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O ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), recebeu um estudo da Light tratando desses riscos e procurou o governador Sérgio Cabral (PMDB).
Na avaliação da Light, o sistema de abastecimento já é vulnerável mesmo sem o aumento de demanda por conta dos dois eventos esportivos. Três alternativas foram apresentadas pela empresa de energia elétrica.
Segundo Bezerra Coelho, os governos devem decidir o que fazer em até 60 dias. "Estamos estudando o assunto. E faremos de tudo para garantir a infraestrutura necessária para esses eventos."
Segundo ele, qualquer uma das obras sob análise tem prazo de duração de, no máximo 30 meses, o que garantiria margem para concluí-las antes da Copa.
A primeira proposta prevê interligar dois reservatórios em 2,3 km (Vigário e Ponte Coberta) ao custo de R$ 70 milhões. A segunda liga dois reservatórios em 22 km (Santa Cecília e Ribeirão das Lajes à vazante de Pereira Passos), no valor de R$ 409 milhões.
Outra alternativa é realizar a transposição das águas de Santana para Ponte Coberta, com 8,2 km de extensão. O custo é de R$ 142 milhões.
O ministro levou à presidente Dilma Rousseff um diagnóstico preliminar.
Ela autorizou o início das conversas para achar soluções para o problema. O governo está preocupado com a infraestrutura do Estado para sediar os eventos e promete não medir esforços para evitar surpresas negativas. Dilma pediu um estudo mais aprofundado sobre a capacidade real de abastecimento.
De acordo com a Light, citando especificamente as usinas do Complexo de Lajes, a região metropolitana tornou-se muito dependente do sistema de transposição de águas destinado à geração de energia elétrica.
O relatório diz ainda que as ofertas de água e de eletricidade no Rio estão intimamente ligadas, embora o sistema elétrico tenha se desenvolvido muito mais com a interligação do sistema elétrico brasileiro nos anos 80.
Paralisações em trechos desse complexo podem implicar interrupção da afluência necessária de vazões de água que abastecem cerca de 9 milhões de pessoas.
A Light alega que o sistema de abastecimento de água é bastante complexo, apresentando diversos trechos sem redundância e com boa parte dos equipamentos impossibilitados de receberem manutenção.
Procurado pela Folha, o governo do Rio afirma que sabe do aumento da demanda e investirá para evitar problemas na Copa e Olimpíada.
"A Companhia Estadual de Águas e Esgotos vem se planejando há alguns anos para atender às necessidades de crescimento de demanda e aos eventos que terão nossa cidade como sede."
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