Obama pede ao rei do Bahrein moderação diante de protestos
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falou por telefone nesta sexta-feira com o rei do Bahrein, Hamad bin Isa al-Khalifa, para condenar a violência em seu país e pedir moderação diante dos protestos, informou a Casa Branca em comunicado.
Durante a ligação, o líder americano discutiu a situação com o rei bareinita após a série de ataques contra os manifestantes, indicou a nota.
Obama "reiterou sua condenação à violência utilizada contra os manifestantes pacíficos e pressionou fortemente o governo do Bahrein a mostrar moderação e prestar contas aos responsáveis", acrescentou.
O líder disse ao rei que, como parceiro do Bahrein, os Estados Unidos "acreditam que a estabilidade do país depende do respeito dos direitos universais" de seu povo e do "processo de uma reforma significativa que responda às aspirações de todos os bareinitas", especifica a nota.
Nesta sexta-feira, soldados abriram fogo contra milhares de manifestantes que desafiaram a proibição do governo e se aglomeraram na praça Pérola, no centro de Manama, ferindo ao menos 50 pessoas.
De acordo com funcionários do hospital Salmaniya, vários dos pacientes atendidos apresentavam ferimentos de armas de fogo.
"Isto é uma guerra", disse o médico Bassem Deif, cirurgião que examinou várias vítimas que chegaram ao local.
O novo incidente acontece um dia depois de a polícia ter retirado à força um acampamento de protesto na capital.
"Nós achamos que foi o Exército", disse o parlamentar Sayed Hadi, do Wefaq, o principal partido xiita, que renunciou ao Parlamento ontem. Outro integrante do Wefaq, Jalal Firooz, disse que os manifestantes estavam nas ruas em protesto contra a morte de um deles nas ruas ontem, quando a polícia lançou gás lacrimogêneo.
Milhares de pessoas que foram às ruas do Bahrein para o funeral dos mortos durante uma operação de forças de segurança contra a praça que manifestantes pró-reformas estavam acampados pediram, pela primeira vez desde o início da onda de protestos no país, o fim da dinastia sunita que governa o país há mais de 40 anos.
SAIBA MAIS
O Bahrein é um pequeno reino povoado majoritariamente por xiitas e governado desde o século 18 por uma dinastia sunita.
Enquanto os xiitas enterravam, nesta sexta-feira, os quatro mortos na véspera, milhares de sunitas marcharam em Manama para declarar apoio ao rei Hamad Ben Salman al Khalifa.
A oposição pediu a demissão do governo depois da dispersão violenta da manifestação pacífica da véspera, declarou na quinta-feira à AFP o chefe do movimento xiita Al Wefaq, xeque Ali Salmane.
O primeiro-ministro, xeque Khalifa ben Salman al Khalifa, tio do rei, ocupa o cargo desde a independência do Bahrein, em 1971.
Segundo o líder xiita, a oposição deseja que um novo governo proponha reformas políticas e reveja a Constituição contemplando o princípio de uma alternância pacífica do poder e institua uma monarquia constitucional.
O xeque Salmane também confirmou a saída de seu grupo do Parlamento, onde controla 18 das 40 cadeiras da Câmara baixa.
"O (bloco) Al Wefaq decidiu deixar completa e definitivamente o Parlamento", afirmou.
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