Decadência ronda ciência dos EUA no seu maior evento anual
O maior encontro científico dos EUA e (ao menos por enquanto) do mundo começou na quinta-feira com uma mensagem desagradável: "Já não somos mais os mesmos."
A palavra "declínio" está em todo lugar: nas entrevistas de Alice Huang, presidente da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência, responsável pelo congresso), no relatório de novembro da National Science Foundation e nos corredores do centro de convenções.
Huang fala com expressão preocupada: "Temos de enfrentar os problemas recentes. Não podemos deixar a ciência e a educação irem embora deste país."
Desde 1992, a fatia americana da produção científica mundial diminui ano após ano. Estima-se que, ainda nesta década, será ultrapassada pela ciência chinesa, que avança rapidamente.
A ciência americana é atingida por problemas que o país todo enfrenta, como a ascensão de novas forças pelo mundo, como a China, desafiando a sua hegemonia, e a crise econômica.
Mas existe um problema mais perverso do que esses, que coloca a ciência americana em um beco sem saída: os jovens mais brilhantes do país nunca desprezaram tanto a carreira acadêmica.
Calcula-se que mais de 60% dos alunos de doutorado do país não são americanos. Nos melhores programas de pós-graduação, dependendo da área, esse valor pode se aproximar de 90%, lugares em que é preciso procurar muito para achar um nativo entre os montes de indianos e chineses.
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