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Internacional
Sexta - 18 de Fevereiro de 2011 às 18:04

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Ao menos três pessoas morreram nesta sexta-feira durante manifestações no sul do Iêmen, enquanto milhares de pessoas saíram às ruas para exigir reformas políticas e a saída do ditador Ali Abdalá Saleh, informaram fontes médicas. Com as mortes, sobe para quatro o número de vítimas nesta sexta-feira.

De acordo com as fontes, três manifestantes morreram em Aden, no bairro de Al Mansura, enquanto outros sete ficaram feridos depois que a polícia disparou para dispersar a multidão. Os protestos estão concentrados nesta região da cidade, que conta com uma estação de ônibus e uma praça.

Uma quarta pessoa morreu e outras 30 ficaram feridas após uma granada ser lançada contra pessoas que acampavam pelo sétimo dia consecutivo para reclamar a saída de Saleh em uma praça de Taez rebatizada praça de Liberdade, como a que foi centro da revolta contra o regime egípcio. Anteriormente, havia sido informado que duas pessoas teriam morrido em decorrência da explosão.

Multidões rivais ocuparam as ruas da capital do Iêmen, Sanaa, e de duas outras cidades do país, demonstrando a força do ditador Ali Abdullah Saleh e dos manifestantes que exigem o fim dos seus 32 anos no poder

No maior protesto antigoverno, dezenas de milhares de pessoas lotaram a praça Hurriya (Liberdade) em Taiz, cerca de 200 quilômetros ao sul de Sanaa. Dois manifestantes morreram e 27 ficaram feridos na explosão de uma granada durante os protestos na cidade, ao sul de Sanaa, informaram fontes médicas.

"Abaixo o ditador, abaixo a opressão!", gritavam os manifestantes acampados durante dias na praça Liberdade. Cerca de 10 mil partidários de Saleh também saíram às ruas da cidade. "Sim à união e à estabilidade, não ao caos e à sabotagem", gritavam os apoiadores.

Em Aden, milhares também saíram às ruas, gritando slogans como: "Ali, escute, o povo quer você fora!".

Saleh, aliado dos EUA no combate à Al Qaeda, já fez várias concessões para tentar acabar com os protestos no país, um dos mais pobres do mundo árabe.

CAPITAL

Em Sanaa, milhares de simpatizantes da oposição saíram pela rua da Universidade, gritando "Você é o próximo depois de Mubarak, Ali", e empunhando cartazes que pediam: "Saia, saia pelo bem do nosso futuro".
 

Perto da universidade, centenas de partidários do presidente gritavam: "Não ao caos, não à sabotagem". Um pequeno grupo saiu de lá e atacou rivais com paus e pedras.

Taiz é uma cidade com uma considerável classe média e com habitantes oriundos tanto do norte quanto do sul do país. Por isso, analistas dizem que ela serve como barômetro para os protestos no Iêmen, que começaram há cerca de um mês, inspirados na rebelião da Tunísia, e ganharam força após a queda de Mubarak no Egito.

""Sanaa é importante, mas se Taiz realmente continuar, essa coisa pode decolar", disse Gregory Johnsen, acadêmico da Universidade Princeton, em seu blog sobre o Iêmen, o Waq al Waq.

Uma coalizão de partidos da oposição aceitou uma oferta de diálogo com Saleh, que prometeu deixar o cargo em 2013 e não transferir o poder ao seu filho. Isso não evitou, no entanto, que protestos continuassem a ser convocados espontaneamente por estudantes e outros grupos, que se mobilizam por meio de mensagens de celular e do Facebook.

Além dos protestos, Saleh enfrenta também uma forte insurgência da rede terrorista Al Qaeda, além de rebeliões xiita no norte do país e um movimento separatista no sul.






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