Números reforçam Corinthians burocrático, e Tite se preocupa
Ralf recupera, passa a Jucilei, que toca para Alessandro, que tenta a tabela com Danilo. O time roda, a bola vai girando em frente aos volantes do rival, mas nada de invadir a área, chutar de longe e preocupar o adversário. Esse é o retrato cada vez mais nítido do Corinthians de 2011, que só encontrou uma vitória por 2 a 0 sobre o Mogi Mirim, na quinta-feira, por gols de Liedson e vacilos do goleiro João Paulo. Números gerais do Campeonato Paulista reafirmam essa condição.
Com oito rodadas transcorridas do Estadual, o Corinthians é o time que mais toca a bola. São 376,6 passes em média por jogo, segundo dados do Footstats. Diante do Mogi Mirim, esse índice foi ainda mais gritante e a equipe do técnico Tite acumulou 511 passes. O que por um lado significa controle da partida, por outro deixa clara a falta de profundidade dos ataques.
Entre os 20 times do Campeonato Paulista, o Corinthians é o 12º no ranking de finalizações, o que evidencia uma equipe que pouco ameaça o adversário. A média de arremates dos corintianos é de 14,2 por partida. Contra o Mogi Mirim, este número foi ainda mais baixo: 12 conclusões. Liedson, sozinho, arriscou a metade - e até por isso foi premiado com os dois gols da noite.
Em sua entrevista após o confronto com o Mogi Mirim, Tite admitiu que as dificuldades ofensivas do Corinthians são sua maior preocupação no momento. "A equipe criou muito pouco, abaixo do que esperávamos. Estamos buscando ajustes nesse processo de criação e o que tem de bom nesse aspecto é que o time mantém a consistência defensiva e não dá chances ao adversário", explicou. Em oito jogos, são só quatro gols sofridos, o segundo melhor índice do Paulista.
O treinador também admitiu ter pedido mais cautela à equipe depois do jogo com o Paulista, em Jundiaí. Na ocasião, o Corinthians, que empatou sem gols, chegou a sofrer duas bolas na trave. "Criamos e finalizamos oito ou nove (no domingo), mas não pode dar tanta chance ao adversário. Disse que poderíamos ter menos oportunidades, mas hoje não deu e o time criou muito pouco. Procuramos um estágio na formação e nos nomes", argumentou.
Até pela insatisfação com a equipe, Tite admite mudanças para o clássico com o Santos, no domingo, depois de repetir a escalação por três partidas consecutivas. O favorito para entrar no time é Dentinho, que entrou bem contra o Mogi Mirim, com Morais, elogiado pelo treinador, correndo por fora. Ainda é bem provável a ausência de Chicão, que deixou o campo ainda na etapa inicial por lesão muscular na coxa direita.
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