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Internacional
Quarta - 16 de Fevereiro de 2011 às 21:01

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Após protestos que atingiram Benghazi, a segunda maior cidade da Líbia, deixando ao menos 38 feridos, a União Europeia (UE) pediu ao governo do ditador Muammar Gaddafi que se abstenha do uso da violência ao conter os protestos e que permita a "livre expressão" de seus cidadãos.

"Pedimos às autoridades que escutem a população que participa dos protestos e o que diz a sociedade civil", disse Maja Kocijancic, porta-voz da chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton.

"Fazemos também uma chamada à calma e que se evite qualquer tipo de violência", concluiu.

Segundo as autoridades, os incidentes da noite passada em Benghazi deixaram 14 feridos.

Está convocada para quinta-feira outra manifestação contra o regime, que se somará às que também ocorrem no Irã, Iêmen e Bahrein.

Os incidentes de Benghazi começaram quando forças policiais dispersaram pela força centenas de manifestantes que reivindicavam diante de uma delegacia a libertação de um militante de direitos humanos detido na cidade, informaram nesta quarta-feira meios de comunicação privados locais.

CONFRONTOS

Ashur Shamis, um ativista líbio de oposição em Londres, e testemunhas disseram que os protestos começaram na terça-feira e continuaram até as primeiras horas desta quarta-feira em Benghazi.

Os manifestantes cantavam "Muammar é o inimigo de Deus" e "Abaixo, abaixo à corrupção e ao corrupto". Armados, policiais e partidários do governo rapidamente cercaram os manifestantes e atiraram balas de borracha, segundo Shamis.

Os protestos na Tunísia, Egito, Iêmen e Bahrein agitaram o mundo árabe e geraram uma pressão sem precedentes sobre líderes como Gaddafi, no poder há décadas.

As demonstrações também oferecem novos desafios para os Estados Unidos, que têm interesses estratégicos em cada um desses países. Na terça-feira, o presidente americano reconheceu estar preocupado com a estabilidade da região e estimulou os governos a saírem à frente e realizarem mudanças.

Assim como os protestos que derrubaram os ditadores da Tunísia e do Egito, ativistas líbios usaram sites de redes sociais --como o Facebook e o Twitter-- para convocar as pessoas. Eles marcaram uma grande manifestação para terça-feira.

MOTIVO

Os protestos de terça e quarta aparentemente foram provocados pela falha das conversas entre o governo e um comitê representando famílias de centenas de prisioneiros mortos quando forças de segurança abriram fogo durante protestos, em 1996, em Abu Salim, a mais importante prisão da Líbia. O governo começou a pagar compensações às famílias, mas o comitê pede o julgamento dos responsáveis.

Os manifestantes não se limitaram ao caso e, em vez disso, pediram por reformas políticas e econômicas amplas.

Eles cantaram slogans contra Gaddafi e contra o premiê Baghdadi al Mahmoudi, segundo testemunhas e vídeos colocados na internet.

O governo também planejou libertar nesta quarta-feira 110 militantes islâmicos que eram membros de um grupo que planejava derrubar Gaddafi, mas não está claro se a libertação ocorrerá como planejado devido aos protestos.

GADDAFI

O ditador líbio chegou ao poder em 1969 por meio de um golpe militar e, desde então, dirige o país sem Parlamento ou Constituição. Apesar de Gaddafi afirmar ser apenas um líder revolucionário sem status oficial, ele tem poder absoluto.

Grupos de oposição dizem que, na prática, ele tem controle direto sobre a política do país e suas forças militares e de segurança.






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