Filhos de trabalhadores vivem sob risco nas creches de Cuiabá
As creches de Cuiabá são locais que oferecem verdadeiros riscos a vida de crianças filhos de trabalhadores. É pelo menos o que indica o resultado do levantamento realizado pela Fiscalização Preventiva Integrada (FPI), liderada pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MT), em 18 unidades da Capital. Além de estrutura inadequada, a equipe ainda verificou situações preocupantes, tais como falta de manutenção nos telhados e nas instalações elétricas e hidráulicas.
Foram encontrados ainda rampas inadequadas e pisos escorregadios. Como se não bastasse tais situações – todas consideradas recorrentes, por vezes notificada - constatou-se, em várias creches visitadas, a inexistência do Alvará de Prevenção Contra Incêndio e Pânico. "Para ter o alvará expedido pela Prefeitura de Cuiabá é necessário ter o alvará expedido pelo Corpo de Bombeiros" - esclarece o sargento Ribas Fortes.
Além disso, o sargento alertou as diretoras das creches para adequação dos locais onde estavam instaladas as centrais de GLP – o gás de cozinha.
São problemas recorrentes, segundo a direção do Crea no Estado, mas, a princípio, sem providências. A diretora da Creche Municipal Ilza Piccoli Pagot, Geyse Ribeiro, afirma que esta é a segunda vez que recebe a visita da FPI. "Procuro atender as solicitações de mudanças com o objetivo de melhorar o local, tanto para as crianças como para os funcionários" - disse. A creche, localizada no bairro Jardim Aroeira, tem 78 crianças matriculadas este ano e, ao menos, 50 crianças na lista de espera.
Elenice Lopes, diretora da Creche Municipal Padre Armando Cavallo, localizada no bairro 1° de Março, considerou o trabalho da FPI como fundamental. Segundo ela, "com a fiscalização é possível saber os riscos que estamos expostos, já que atendemos crianças pequenas".
A psicóloga e fiscal do Conselho Regional de Psicologia (CRP), Rhegysmere Alves, também participou das visitas às creches e realizou um breve questionário com as diretoras, após conhecer as instalações dos locais. Entre as perguntas, segundo a assessoria do Crea-MT, a psicóloga fez indagações a respeito de alunos portadores de necessidades especiais, existência de crianças que tenham sofrido violência sexual ou outros tipos de agressões, casos de pais usuários de drogas ou presidiários, e ainda a participação da família nas atividades desenvolvidas pela creche.
O Crea informou que durante esta semana, a Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) continua esta ação visitando escolas municipais da capital.
Comentários